USP volta a obrigar uso de máscaras em locais fechados contra a Covid

Por ANA BOTTALLO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A USP (Universidade de São Paulo) voltou a obrigar o uso de máscaras em espaços fechados nas unidades universitárias como forma de proteção contra o coronavírus.

A partir desta sexta (11), o uso do equipamento protetor será exigido nos locais fechados, com preferência para máscaras cirúrgicas ou do tipo PFF2, bem ajustadas ao rosto e cobrindo o nariz e queixo.

Já em espaços externos, o uso é apenas recomendado se tiver situações de aglomeração, segundo a Comissão Assessora de Saúde da universidade.

Na noite desta quinta (10), a Unicamp também havia anunciado a retomada do uso obrigatório de máscaras em locais fechados, como salas de aula, bibliotecas, laboratórios e ônibus fretados. A instituição em campinas também recomenda refeições mais rápidas e com o mínimo de diálogo possível entre os frequentadores dos restaurantes universitários e cantinas; lavagem frequente das mãos com água e sabão ou higienização por meio de álcool 70% e evitar aglomerações.

Na USP, a decisão foi aprovada em conselho na tarde desta sexta após um aumento de novos casos tanto no estado de São Paulo como na própria universidade, que viu uma subida abrupta nas confirmações de Covid e internações no Hospital Universitário nos últimos dias.

Em comunicado, a Comissão Assessora de Saúde da USP disse que vem monitorando a evolução da pandemia a partir dos dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde e que "o novo cenário epidemiológico com aumento no número de pessoas com sintomas gripais e diagnósticos positivos de infecção pelo coronavírus nas últimas semanas" levou à atualização da recomendação.

Segundo o superintendente de saúde na instituição, Paulo Lotufo, o aumento nos novos casos notificados nos primeiros dez dias de novembro ainda é inferior ao observado na onda da Covid entre maio e junho, mas superior ao patamar de setembro e outubro. Hoje, há 255 casos confirmados de servidores da USP.

"Já era esperado um aumento, mas o que chocou foi a velocidade dos novos casos", disse.

No estado de São Paulo, as internações em leitos de UTI subiram 56% nas últimas duas semanas, enquanto as internações em leitos de enfermaria tiveram um aumento de 50%.

O jornal Folha de S.Paulo já havia antecipado uma alta de casos de Covid no estado no final de outubro e início de novembro, embora o número de óbitos ainda seja inferior ao observado em outras ondas.

O crescimento de infecções ocasionadas principalmente por subvariantes da ômicron fez com que pessoas corressem às farmácias e hospitais em busca de atendimento e até a postos de vacina, procurando um novo reforço de imunização.

A universidade também orienta para que, no atual momento, não sejam realizados "eventos festivos, confraternizações, coffee breaks ou qualquer outro evento similar que estimule os participantes a retirar a máscara para ingestão de alimentos e, consequentemente, aumente a possibilidade de transmissão do vírus".

Além do uso de máscaras, a USP também recomenda a higienização constante das mãos, a utilização de espaços arejados e bem ventilados e a comprovação do status vacinal dos funcionários, professores e alunos, incluindo a primeira dose de reforço.

A nota reforçou que com a retomada da obrigatoriedade de máscaras nos espaços fechados e com o avanço da vacinação no país, incluindo a oferta de imunizantes para todos, a exigência da comprovação vacinal não será mais um requerimento aos frequentadores do campi que não façam parte do corpo docente e discente ou do quadro funcionários da universidade.

Em nota publicada também na última quinta, a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo paulista já havia feito a recomendação do uso de máscaras no transporte público, em farmácias e por pessoas com comorbidades ou mais vulneráveis, como os idosos.

Segundo o secretário da pasta, David Uip, a recomendação é uma orientação, mas não é o caso de volta da obrigatoriedade em todo o estado. "Quando se fala em obrigatoriedade, precisa ser precedido por um decreto do governador, não é o caso. Nós estamos recomendando", disse, em entrevista à Folha de S.Paulo.