Com alta de casos de Covid, São Paulo restringe tempo de visitas em hospitais
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Diante da alta de casos de Covid-19, a Prefeitura de São Paulo restringiu, para uma hora, o tempo de permanência de visitas em hospitais municipais. Na região do ABC, três cidades decidiram suspender a entrada de parentes e amigos de pacientes.
Na capital paulista, a medida foi tomada, segundo a Coordenadoria de Assistência Hospitalar, para evitar a disseminação do coronavírus entre usuários do sistema de saúde.
Entre o dia 16 deste mês e esta terça-feira (22), a Secretaria Municipal da Saúde registrou 59 mortes e 21.171 novos casos da doença. A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidades de Tratamento Intensivo) aumentou de 67% para 84%, no mesmo período, e nas enfermarias, de 62% para 78%.
Três cidades do Grande ABC suspenderam completamente as visitas em seus hospitais, também para conter o avanço da Covid. Só está permitida a permanência de acompanhantes, que podem ser substituídos a cada 24 horas.
Em São Bernardo do Campo, a medida passou a valer no último dia 18. Do início do mês até esta data, haviam sido confirmados 1.621 casos da doença, segundo a prefeitura, ante 304 em outubro inteiro.
São Caetano do Sul também interrompeu as visitas em seus hospitais públicos, desde o dia 17, quando passou a registrar, em média, 53 casos positivos de Covid, diariamente. No início do mês, eram quatro casos por dia, em média.
"Sabemos que essa variante tem maior transmissibilidade, porém menor virulência. Preocupa de qualquer forma devido a pacientes com comorbidade, casos em que a doença pode ser agravada e evoluir para um desfecho ruim", afirmou a secretária municipal da Saúde, Regina Maura Zetone, por meio de sua assessoria de imprensa.
Diadema irá suspender as visitas em suas unidades de saúde a partir desta quinta (24). A cidade registrou 7.245 casos da doença em uma semana.
A suspensão temporária de visitas em unidades de saúde foi tema de discussão entre os secretários de saúde das sete cidades que compõem o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, na semana passada.
Apesar das medidas tomadas por São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema, o assunto ainda não foi deliberado pelos prefeitos dos outros municípios.
Para o médico infectologista Leonardo Weissmann, as medidas tomadas pelas prefeituras de São Paulo e das três cidades do ABC "são coerentes".
"Estão sendo registradas altas importantes de casos de Covid, então medidas que restrinjam a circulação de pessoas em hospitais são extremamente necessárias neste momento", afirmou o especialista, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
A suspensão ou diminuição do tempo de visitas, acrescentou, contribuem para evitar que pessoas eventualmente infectadas pelo vírus possam transmiti-lo às pessoas já debilitadas, por outras doenças, dentro do sistema de saúde.
"No momento atual, ainda estamos dentro de uma pandemia, o vírus não parou de circular. Cada um precisa fazer sua parte, incluindo aí se vacinar", orientou.
Além das suspensões das visitas, as prefeituras da capital e do ABC orientam as pessoas para que continuem a usar máscaras em locais fechados e mantenham a higienização de mãos.
Também para redobrar os cuidados, a diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, no fim da noite desta terça-feira (22), a volta do uso obrigatório de máscaras dentro de avião e em aeroportos do Brasil. A medida entra em vigor a partir da próxima sexta (25).
Nesta terça, o Brasil registrou 159 mortes por Covid e 27.931 casos da doença. Com isso, o país chega a 689.223 vidas perdidas e 35.094.130 infectados desde o início da pandemia.
A média móvel de mortes é de 65 por dia, com alta de 43% na comparação com o dado de 14 dias atrás. A média móvel de casos está em 18.592 por dia, com alta de 261% no mesmo período.