Desmatamento na Amazônia tem 3ª maior marca para o mês de dezembro, e a pior do governo Bolsonaro

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A floresta amazônica perdeu 218,41 km² de vegetação em dezembro do ano passado, o último sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em mais um recorde de seu governo. Os dados são do Deter, sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que emite alertas para o combate do desmatamento em tempo real.

O registro é a marca mais alta de Bolsonaro para o mês de dezembro, em comparação com os mesmos períodos anteriores. Se considerada a série histórica, com início em 2015, é a terceira, atrás de 2017, que registrou 287,51 km², e de 2015, que teve 266,29 km².

Os números ainda serão atualizados pelo Inpe, já que a informação publicada nesta sexta (6) vai até 30 de dezembro do ano passado.

Em seu discurso de posse, na última quarta-feira (4), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou a criação de uma secretaria especial voltada exclusivamente para controle e combate ao desmatamento.

Foi em sua primeira passagem pelo ministério, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o combate ao desmatamento, com o PPCDAm, chegou a uma redução de 83% na taxa de desmate entre 2004 e 2012.

O desmatamento é monitorado de duas formas pelo Inpe. Além do Deter, cujo nome completo é Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, que publica informações mensalmente, os dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) são divulgados duas vezes por ano -a primeira é uma estimativa.

Enquanto o Deter foi criado para possibilitar ações mais rápidas de fiscalização e combate a crimes ambientais, o Prodes é o dado do desmatamento em si, monitorado por satélite e com mais precisão.

Apesar disso, o Deter pode ajudar a indicar tendências de crescimento, queda ou manutenção do desmatamento na Amazônia.

A gestão de Bolsonaro também acumulou recordes no Prodes. Pelo quarto ano consecutivo, o desmatamento na Amazônia, em um ano, ultrapassou os 10 mil km². Os dados do programa, divulgados em novembro do ano passado, mostram que foram ao chão 11.568 km² de floresta de agosto de 2021 a julho de 2022.