Governo destitui cúpula da Biblioteca Nacional e gera acusação de paralisia

Por FÁBIO ZANINI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRES) - O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu nos últimos dias uma degola nos cargos de confiança da FBN (Fundação Biblioteca Nacional), incluindo posições de menor expressão.

Entre eles estão o antigo presidente, Luiz Carlos Ramiro, o diretor-executivo, João Carlos Nara Jr, o chefe de gabinete da presidência, Fernando Antonio de Souza Ferreira Jr., o coordenador-geral do Centro de Pesquisa e Editoração, Elton Gomes dos Reis, e o coordenador-geral do Centro de Cooperação e Difusão, João Cabecinho.

Já o procurador-chefe da FBN, Daniel Almeida de Oliveira, foi afastado, mesmo sendo servidor ligado à Advocacia-Geral da União. Por ser de carreira, ele deverá ser realocado para outra função no governo. Também houve cancelamento de contratos de servidores terceirizados.

Conservador e admirador do filósofo Olavo de Carvalho, Ramiro foi dispensado em razão do filtro ideológico que vem sendo empregado pelo novo governo para o segundo escalão. Já as outras dispensas chamaram a atenção por serem de servidores de escalões inferiores.

De acordo com relatos obtidos pelo Painel, o vácuo administrativo tem gerado problemas no atendimento ao público.

No governo Lula, a presidência da instituição ficará com o escritor Marco Lucchesi, ainda não empossado.

Em nota, a presidente interina da FBN, Suely Dias, afirmou que "a vacância dos cargos faz parte da fase de transição para a chegada da nova presidência da FBN, quando estabelecerá seu corpo diretor. É da rotina republicana".

A Biblioteca, diz ela, está funcionando normalmente, com seu corpo técnico em plena atuação. Segundo Dias, a instituição está aberta ao público, com cerca de 3.000 visitas diárias.