'Galã do Tinder' é condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estelionato
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Justiça condenou Renan Augusto Gomes, conhecido como "galã do Tinder", a 4 anos e 6 meses por estelionato. O homem foi preso em setembro de 2022 por aplicar golpes em mulheres que conhecia em sites e aplicativos de relacionamento.
Inicialmente, ele cumprirá a pena em regime fechado, sem direito ao recurso em liberdade. O processo e a decisão da Justiça de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, estão em segredo de justiça.
De acordo com a investigação da polícia, o homem usou nomes falsos para roubar pelo menos sete mulheres com quem se relacionou em São Paulo.
Uma das vítimas de Renan contou que deu R$ 100 mil em dinheiro vivo a ele enquanto era enganada. Outra mulher contou à época da prisão que deu ao golpista R$ 16 mil, recebidos em uma rescisão. A vítima disse que apresentou Renan para a mãe dela, e que ele a tratava de forma carinhosa. Ainda assim, aplicou o golpe e não devolveu o dinheiro.
Procurada pela reportagem, a defesa de Renan disse que ainda não recebeu a decisão, e que irá se manifestar sobre a condenação e um eventual recurso "assim que for publicada a sentença".
RENAN INVENTAVA DIFERENTES NOMES E HISTÓRIAS
O modus operandi do "galã" era sempre o mesmo: ele se descrevia como recém-solteiro, sem filhos e avesso a aventuras sexuais ou casuais, sempre em busca de um relacionamento estável.
Renan, que tinha perfis "em todo site e aplicativo de pegação imaginável", mudava de nome e sobrenome de acordo com o perfil e nunca passava endereço ou identidade real às vítimas, variando de nome Augusto ou Ivan e o sobrenome.
Quando começavam a se relacionar, a vítima então conhecia um engenheiro "afetuoso, atencioso e carinhoso", que por vezes se descrevia órfão e, em outros momentos, como se não tivesse vínculos com a família.
Alegando sempre estar ocupado com o trabalho, Renan se infiltrava no círculo social das mulheres e, ao mesmo tempo, conseguia impedir o movimento contrário. Por isso, elas nunca viram ou visitaram os supostos apartamentos que ele dizia ter ora nos Jardins, área nobre de São Paulo, ora na Avenida Paulista.