Prefeitura de SP diz que pré-Carnaval foi organizado, mas vizinhos reclamam de barulho
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A chuva até que tentou, mas os foliões não arredaram o pé dos blocos de rua na cidade de São Paulo durante os desfiles de pré-Carnaval. Durante o fim de semana, cerca de 180 atrações agitaram a capital. No balanço publicado pela prefeitura da capital, a gestão classificou a folia como "organizada", mas vizinhos reclamaram de "barulho infernal".
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), foram recuperados ao menos 110 celulares furtados e roubados durante os cortejos. Ao menos 14 pessoas foram presas durante os eventos.
A pasta diz que intensificou o policiamento durante o período de Carnaval e que estão sendo utilizados drones nos locais de aglomeração, assim como cabines suspensas, no intuito de coibir e intimidar a ação de criminosos.
Nos dois dias de folia antecipada, segundo a prefeitura, foram realizados 518 atendimentos médicos e 16 remoções para hospitais. Ao todo, 906 profissionais da saúde foram mobilizados. No fim de semana, a cidade contou com 39 postos montados, além de 400 ambulâncias, sendo 335 básicas e 65 com unidade de terapia intensiva (UTI).
A prefeitura disse ainda que os blocos respeitaram o horário e terminaram os cortejos às 19h para que a limpeza das ruas pudesse ser realizada. Ao todo, 84,37 toneladas de lixo foram coletadas nas vias públicas neste domingo. Nenhum folião foi flagrado urinando na rua, informou a administração.
Além disso, a gestão Ricardo Nunes (MDB) afirma que 165 produtos comercializados de forma irregular, a maioria na região da Sé, foram lacrados --a maioria era bebida alcoólica.
A reportagem conversou com dois vizinhos de blocos, um que vive em Pinheiros e outro no centro da cidade, e ambos reclamaram do barulho.
Presidente da associação Amor Pinheiros, o arquiteto George Hochheimer afirma que o fim de semana foi de "barulho infernal e misturando o som de vários blocos ao mesmo tempo". "O que fizemos para sermos tão maltratados?" indagou ele.
No domingo pela manhã, ele fotografou a região em que vive com focos de sujeira, com garrafas de vidro e copos de plástico pelo chão.
Já Rita Palma, conselheira do edifício Santa Rita, localizado no centro de São Paulo, afirma que ficou impossibilitada de se locomover e também classificou o barulho no fim de semana de "infernal".
Apesar disso, diz que após o fim do bloco a prefeitura realizou a limpeza, e na noite do domingo as vias já estavam limpas.
O prédio em que ela vive e outros nove da região se reuniram para alugar grades e reforçar a segurança privada, a fim de evitar que as fachadas sejam depredadas por foliões.
"A segurança particular funcionou, as pistas dos prédios foram preservadas e a prefeitura fazia a limpeza assim que passava cada bloco", diz ela, que agora se prepara para o Carnaval, quando prevê que o problema será ainda maior.