Pane paralisa linha amarela do metrô e passageiros encaram calor e longa espera
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma falha elétrica paralisou a operação de oito estações da linha 4-amarela do metrô de São Paulo na manhã desta quarta-feira (15). Foram cerca de duas horas de paralisação completa nos dois sentidos do trecho entre as estações Paulista e Vila Sônia, com plataformas e estações lotadas.
Por volta das 12h25, a concessionária ViaQuatro informou que a circulação de trens foi restabelecida entre as estações Paulista e Pinheiros, mas em via única (ou seja, em apenas um trilho para os dois sentidos).
Também foi retomada a operação entre as estações Vila Sônia e Pinheiros, nos dois sentidos, e mantida a circulação de trens nos dois sentidos do trecho entre Paulista e Luz, que não havia sido afetado.
Em meio ao caos, muitos passageiros tentavam pedir carros por aplicativo para seguir viagem. Na principal saída da estação Paulista, na rua da Consolação, uma massa tomava as calçadas no início da tarde. Encontrar um motorista demandava paciência, assim como esperar pela chegada do carro.
A ViaQuatro informou que a falha elétrica ocorreu às 10h13 e que técnicos atuam para restabelecer a circulação plena dos trens.
De acordo com a concessionária, 24 ônibus do sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) foram acionados para oferecer transporte aos passageiros, inicialmente entre as estações Paulista e Luz. No início da tarde a operação mudou, com ônibus fazendo o trajeto entre Paulista e Butantã (zona oeste).
Quem precisa pegar outras linhas do metrô também enfrenta problemas nesta quarta.
Por volta das 12h40, o Metrô informou que uma ocorrência não relacionada aos problemas na linha amarela afetava a operação dos trens das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha, que circulam com velocidade reduzida. De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, há um passageiro nos trilhos da linha 1.
'PERDI O DIA DE TRABALHO'
Na estação Paulista, a diarista Rosangela Santos, 46, transpirava enquanto esperava a normalização da operação, sentada em um canto da plataforma 1.
Com os termômetros de São Paulo marcando 30°C, o sistema de refrigeração não funcionava na estação, e os passageiros encaravam calor, aglomeração e falta de informação. Além disso, as escadas rolantes estavam inoperantes.
Rosangela fazia seu trajeto habitual rumo ao local de trabalho, de Santo Amaro (zona sul) até a Luz (região central), quando se deparou com o caos na linha 4-amarela. Como todos os outros passageiros que pretendiam seguir o mesmo caminho, teve que desembarcar na estação Paulista.
Mas o estrago já estava feito. Rosangela contou que perdeu o dia de trabalho porque o patrão se irritou com o atraso. "Não tenho culpa. O que eu faço agora? Eram R$ 150. Estou até passando mal", disse a diarista.
Nas redes sociais, usuários também reclamam do calor nas estações.
"Deu ruim na linha amarela: composição está parada com portas abertas tem mais de 10 minutos, pessoas se acumulando na plataforma, um calor surreal e nenhuma informação nos alto-falantes", publicou no Twitter uma mulher, identificada como Dessa.
"Poderia ligar o ar condicionado, né. Trem sentido Palmeiras-Barra Funda apenas com ventilação (ar quente). Descaso e falta de respeito. Transporte caro e desumano", escreveu Ettore Larizza.
"Engraçado como o metrô e a CPTM em São Paulo são problema só em horário de pico (quando quem trabalha tem que sair de casa). Hoje a linha amarela estava sem funcionar? resultado: caos no busão", escreveu outro passageiro, identificado como JP Teixeira.