Tendas de camping concorrem com guarda-sóis nas praias de São Paulo
CARAGUATATUBA, SP (FOLHAPRESS) - Em um dia de sol da primeira quinzena de janeiro, os guarda-sóis dividiam espaço com gazebos de lona na curta faixa de areia da praia de Martim de Sá, em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Dessa forma, famílias inteiras se protegiam do sol e a mesma sombra ainda abrigava cadeiras e caixas térmicas com bebidas.
O item, comum em áreas de camping para proteger as barracas da chuva e do sol, virou moda no litoral paulista por causa da capacidade de reunir um maior número de pessoas devido à base de seis metros quadrados, em média.
A estratégia foi usada pela família do comerciante Osvaldo Roberto Padovan, 60. "Chego cedo para pegar o melhor lugar e montar a barraca", diz ele, que costuma hospedar cerca de dez parentes e amigos em seu apartamento no balneário durante o verão.
Apesar de ser um item grande e pesado -cinco quilos, em média-, o gazebo é considerado pelo banhista melhor alternativa ao guarda-sol, que não abriga mais do que três pessoas ao mesmo tempo.
A estrutura custa, em média, de R$ 300 a R$ 500 e é vendida em lojas de departamento e de itens esportivos. Para fixar na areia, são usadas estacas e elásticos, assim como nas barracas de camping.
Debaixo da tenda, o grupo conseguiu juntar 12 pessoas sentadas, além de uma mesa acoplada a uma caixa térmica com bebidas. A família comemorava poder usar o item novamente após dois anos guardado por causa da pandemia de Covid-19, que impediu as aglomerações à beira-mar.
Assim como a família do comerciante, outros grupos de turistas tiveram a mesma ideia e, em um curto trecho de areia, cerca de seis tendas disputavam espaço na areia de Martim de Sá.
Desde o início da alta temporada, em dezembro, a Prefeitura de Caraguatatuba afirma ter intensificado a fiscalização para impedir a montagem de estruturas fixas nas praias, como tendas. As ações, porém, são voltadas a comerciantes que cometem a irregularidade para vender bebidas.
O mesmo tipo de fiscalização é feito pela cidade vizinha de São Sebastião, onde os gazebos de camping também passaram a fazer parte do cenário das praias com mais frequência nesta alta temporada.
Alguns quiosques de praia imitam destinos turísticos do Nordeste brasileiro e, em vez das estruturas de ferro com lonas, usam pedaços de madeira com panos coloridos amarrados para atrair os clientes em busca de um refresco do sol.
Para não infringir o código de posturas da prefeitura, os banhistas têm que desmontar os gazebos após o fim do dia na praia e montá-los novamente na manhã seguinte. É proibido também nessas cidades usar cadeiras e guarda-sóis desocupados para reservar espaço na areia à espera de clientes.
Segundo a rede de lojas de itens esportivos Decathlon, houve aumento das vendas dos gazebos de camping neste verão em comparação com a estação no ano passado, quando a situação epidemiológica em relação à Covid-19 ainda impediu turistas de aproveitarem os dias de sol na praia. Não foram informados os percentuais de crescimento, contudo.
A empresa também afirmou que as vendas de demais itens de camping, como barracas familiares, mobiliário e acessórios de camping tiveram um aumento surpreendente neste verão.