Foliões de esquerda comemoram o primeiro Carnaval pós-Bolsonaro, em Olinda
OLINDA, PE (FOLHAPRESS) - Jaboatão dos Guararapes pode até ser a dona do título de "Moscouzinho" por, na década de 1940, ter eleito o primeiro prefeito comunista do Brasil (Manoel Calheiros), mas, no Carnaval de 2023, Olinda também parece um pedaço de URSS em clima tropical.
Na maior festa da cidade, muitas fantasias celebram o fim do governo Bolsonaro e ironizam o que chamam de pânico moral instaurado pelo ex-presidente e seus aliados.
Pelas ladeiras da cidade, não é difícil ouvir gritos em apoio a Lula e de críticas a Bolsonaro.
Capitaneados por Bete Mota, de 70 anos, "professora da Universidade Federal de Pernambuco, comunista, marxista, feminista e assistente social", como se definiu, o bloco Comuna Que Nos Pariu fez sua estreia na folia pernambucana.
"A aceitação tem sido incrível. Todo mundo querendo tirar foto, parabenizando. Não houve nenhuma grosseria. Este é o nosso Carnaval: democrático, alegre, respeitoso", enfatizou Bete.
Fantasiado de "Fantasma do Comunismo", o funcionário público Rodrigo Carrapatoso trouxe os filhos, Mathias, que completou 7 anos neste domingo, e Gabriela, 3, pela primeira vez a Olinda.
"Sinto que o pessoal está mais feliz neste Carnaval, com a energia represada após dois anos de pandemia, e com o fim do governo Bolsonaro", disse Rodrigo.