Com Lula, Tarcísio pede a turistas que não voltem de São Sebastião agora

Por CAMILA TURTELLI

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu nesta segunda (20), em encontro com o presidente Lula e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), que quem estiver no litoral não tente voltar para a capital agora.

Segundo ele, sem comunicação, pessoas estão com dificuldade inclusive de fazer compras com cartão de crédito e débito.

"O ideal é que essas pessoas não façam ainda porque ainda temos vários pontos de bloqueios nas rodovias. A ideia é que podemos liberar hoje até a Barra do Sahy na direção norte para acessar a Tamoios", afirmou o governador.

Tarcísio disse que mais de 10 pontos de bloqueio foram identificados. "Em alguns pontos não conseguimos saber ainda o que restou da rodovia", disse.

O encontro aconteceu depois de Lula sobrevoar a região atingida pelas chuvas no litoral norte de São Paulo pela manhã, depois de chegar na base aérea de São José dos Campos.

A união entre os três entes, adversários políticos, foi destacada por Lula. "O bem comum do povo é bem mais importante do que qualquer divergência que a gente possa ter", disse o presidente. "É preciso que a gente trabalhe de forma conjunta para recuperar a Rio-Santos"

"Eu queria mostrar pra vocês uma cena que vocês não viam no Brasil: um governador, um presidente e um prefeito, sentados na mesa, em função de uma coisa comum que atinge a todos nós", afirmou o presidente.

O prefeito de São Sebastião disse que o processo de reconstrução da cidade será lento, em função dos estragos nas rodovias. "Os bairros ainda se encontram isolados. O esforço é salvar vidas", afirmou o prefeito.

Tarcísio disse também que 80 pessoas que estavam ilhadas foram resgatadas hoje por meio da abertura de uma trilha.

O acumulado de chuvas em menos de 24 horas entre sábado e domingo ultrapassou 600 mm em Bertioga (683 mm) e São Sebastião (627 mm), quantidade esperada para todo o mês de fevereiro.

Até o momento, a Defesa Civil confimou 36 mortes, 228 pessoas desalojadas e 338 desabrigadas. Ainda de acordo com as autoridades, há ao menos 40 desaparecidos.

O governador de São Paulo decretou estado de calamidade pública em seis cidades da região.

O presidente estava de folga na Bahia, mas interrompeu o descanso de Carnaval. Ele havia embarcado para Salvador na sexta-feira (17), e a intenção era passar o carnaval na Base Naval de Aratu até terça-feira.