Após deslizamentos e morte, Prefeitura de Mauá decreta estado de emergência

Por FRANCISCO LIMA NETO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de Mauá decretou estado de emergência por causa do volume de chuva registrado no município ao longo deste mês de fevereiro. A medida foi tomada nesta quarta (22) após deslizamentos deixarem uma pessoa morta e três feridas, no jardim Zaíra.

A decretação de emergência foi feita após reunião do comitê de crise, que segundo a gestão municipal, é montado permanentemente nos períodos com maior índice de chuvas.

De acordo com a prefeitura, a precipitação esperada para o mês era de 284 mm, mas até ontem já havia o registro de 685 mm.

O município teve ao menos três deslizamentos na noite de terça (21). Na rua Júlio Antônio Conde foi registrado deslizamento de terra sobre uma casa. Três pessoas foram socorridas. Uma delas estava sem ferimentos e duas foram levadas ao Hospital Nardini. Uma mulher com idade entre 50 e 60 anos chegou sem vida ao hospital. O marido dela também foi encaminhado, mas recusou o atendimento e foi embora.

Na rua Dona Áurea Oliveira da Silva, também no Jardim Zaíra, uma casa desabou e um homem, de 43 anos, foi resgatado e socorrido. Ele recebeu alta por volta do meio-dia desta quarta.

Ainda segundo a gestão municipal, há uma força-tarefa para identificar as famílias que vivem em risco iminente para a remoção imediata de suas casas, pois há previsão de mais chuvas para os próximos dias.

A administração municipal afirmou que irá acelerar o processo de implantação de sirenes para alerta de chuvas em áreas de risco, mas não deu prazo.

Ainda hoje deve ser encaminhado para a Câmara Municipal de Mauá, em caráter de urgência, um projeto de lei que aumenta o valor do Auxílio Emergencial Financeiro para pessoas afetadas por desastres naturais. Originalmente fixado em R$ 300, deverá ser reajustado para R$ 500.

O prefeito Marcelo Oliveira (PT), segundo a prefeitura, conversou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o Ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para solicitar a liberação de recursos para a recuperação e reconstrução das áreas afetadas pelas fortes chuvas.

O Jardim Zaíra já foi palco de diversas tragédias causadas pela ocupação irregular em áreas íngremes e falta de estrutura.

Em fevereiro de 2019, por exemplo, quatro crianças morreram em dois deslizamentos. Foram três meninos, de 4, 8 e 11 anos, e uma bebê de um ano. Além dos mortos, outras pessoas ficaram feridas. Na ocasião, a prefeitura afirmou que a cidade tinha ao menos 36 mil pessoas morando em áreas de risco.

Em janeiro de 2011, seis pessoas morreram no mesmo bairro em consequência de problemas causados pela chuva.