Polícia mineira procura fisiculturista suspeito de atirar 7 vezes na namorada e fugir
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Minas Gerais procura um fisiculturista suspeito de ter atirado sete vezes na namorada e fugir, na última quinta-feira (23), em Belo Horizonte.
Segundo a polícia, Ellen Otoni, 37, foi vítima dos disparos após uma briga com seu namorado, no bairro Liberdade, na região da Pampulha. A Folha não localizou a defesa do suspeito.
A tentativa de feminicídio ocorreu na noite de quinta-feira, por volta das 22h30, no bairro Liberdade, na região da Pampulha, na capital mineira.
Vizinhos relataram à polícia que ouviram uma discussão do casal ocorrida no apartamento do namorado de Ellen, Weldrin Alcântara, 44. Após os disparos, o rapaz deixou o local e não foi mais visto.
Dos sete tiros, quatro acertaram Ellen, que está com três balas alojadas no corpo --na nuca, em um braço e em uma perna, conforme o deputado federal Reimont Otoni (PT-RJ), tio da vítima.
Ela, que também é fisiculturista, ainda sofreu fratura na mandíbula e está inconsciente, também segundo o parlamentar.
Ellen ainda conseguiu pedir socorro a vizinhos, que acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e foi encaminhada ao hospital público João 23, na capital mineira, onde está internada desde então.
"Nesse momento, ela está no hospital, ainda inconsciente, lutando por sua recuperação. A tentativa de feminicídio que minha sobrinha sofreu não é um caso isolado", escreveu o deputado em suas redes sociais.
Num vídeo, ele disse que é preciso acabar com a "prática de homens acharem-se fortes, acharem-se durões e acharem-se donos dos corpos das mulheres".
De acordo com a Polícia Civil de Minas, até o momento não houve prisão. Foi feita perícia no local do crime e a arma de fogo possivelmente utilizada foi encontrada e apreendida.
O Brasil registrou 699 casos de feminicídio no primeiro semestre do ano passado, segundo dados publicados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em dezembro.
Com média de quatro mulheres mortas por dia, o país chegou a um recorde desde 2019, quando houve 631 casos entre janeiro e junho daquele ano.
As informações foram coletadas com as pastas estaduais de segurança pública, ou seja, consideram apenas os crimes que chegaram a ser registrados.
O feminicídio, assassinato motivado pelo fato de a vítima ser mulher, teve uma alta generalizada no país, com aumento de 10,8% em relação a 2019, ano inicial do levantamento. Em relação ao ano passado, houve um aumento de 3,2% dos casos.