Estudante de medicina é investigado por ameaças e injúrias homofóbicas
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (UOL/FOLHAPRESS) - Um estudante de medicina de 34 anos é alvo da Polícia Civil de Santa Catarina pela suspeita de fazer ataques homofóbicos contra dois homens.
As ameaças e falas homofóbicas foram gravadas em vídeo por outro homem, de 47 anos, que é colega de faculdade do estudante de medicina -as identidades não foram reveladas pela polícia.
O caso aconteceu no dia 28 de outubro -a dois dias do segundo turno das eleições-, mas só veio à tona recentemente.
Nesta terça-feira (14), a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento do estudante de medicina em Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis. Durante a ação foram apreendidos os aparelhos celulares e computadores dos investigados.
Os dois estudam na Unisul, em Palhoça. A participação do outro estudante -que fez a gravação- ainda é apurada, segundo o delegado Arthur Lopes, responsável pela investigação.
O VÍDEO
Na gravação, os dois estudantes estão em um carro enquanto outros dois homens estão na calçada, de pé.
O estudante de medicina diz: "já matei três hoje cara, você vai ser o quarto" e pergunta: "tu quer morrer agora ou quer morrer no (parte inaudível)?".
Na sequência, o estudante de medicina diz: "vou meter bala nos dois, p. que pariu, tu quer votar no Lula, parceiro? Vai votar em quem então?". Logo após, ele diz que vai chamar a polícia e que "os caras vão meter balas em vocês".
Os dois homens que estão na calçada se afastam e o universitário diz: "entra mesmo aí, entra para casa seu playboyzinho do c*". "Vamos invadir sua casa, cara. Seu comunista. Vamos compartilhar na internet cara. O cara é um veado."
Na sequência, o estudante de medicina coloca parte do corpo para fora do carro e grita: "Baitola, entra para dentro da sua casa. Entra aí. Eu meto bala em você e na sua família, cara."
ANDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES
A polícia teve conhecimento do vídeo em fevereiro deste ano e, no final do mês passado, o inquérito foi instaurado. Agora a investigação tem 30 dias para ser concluída.
Lopes diz que há "nítida intolerância política por parte do investigado", porém isso é tratado como "circunstância" e, por conta disso, ele não responde por esse crime.
O delegado observa que o homem não foi detido nesta terça pois não havia elementos suficientes para uma prisão preventiva.