Polícia apura se suspeito de sequestrar menina de 12 anos se envolveu com outras menores

Por BRUNA FANTTI

Polícia apura se suspeito de sequestrar menina de 12 anos se envolveu com outras menores

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - As polícias do Rio de Janeiro e do Maranhão apuram se Eduardo da Silva Noronha, 25, preso em flagrante após levar uma adolescente de 12 anos da capital fluminense para São Luís, já convenceu outras menores a ficarem com ele em sua residência.

O açougueiro está solto desde sexta (17) e usa tornozeleira eletrônica. Ele é investigado por suspeita de cárcere privado e sequestro, além de possível estupro de vulnerável --apesar de o laudo do IML (Instituto Médico Legal) ter dado negativo para conjunção carnal, ele confessou ter beijado a menor na boca, e a lei considera crime qualquer ato libidinoso com menores de 14 anos.

A reportagem não localizou o advogado de Noronha, Fábio Castro. Na audiência de custódia que o colocou em liberdade, o defensor argumentou que ele é réu primário e tem emprego fixo. Em depoimento, Noronha disse que pretendia se casar com a jovem quando ela fizesse 18 anos.

Uma perícia no celular dele vai analisar conversas nas redes sociais. Segundo a delegada Ellen Souto, enquanto a menina estava sequestrada, ela fez contato com a irmã após descobrir fotos de outras mulheres no celular do suspeito.

"Ela resolve pedir ajuda a irmã e tentar mandar mensagem logo assim que chegou no Maranhão quando encontrou no celular dele imagens de outras mulheres. Neste momento, ela percebe que não era única e que eles não viviam um romance", afirmou a titular da DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros) do Rio.

Segundo a polícia, a menina e o açougueiro se conheceram por meio de um aplicativo de compartilhamento de vídeos há cerca de dois anos --ou seja, quando ela tinha 10.

No último dia 6, ele buscou a garota na porta da escola em Sepetiba, na zona oeste do Rio, e a levou até São Luís de carro. O motorista de aplicativo que fez a corrida pelo custo de R$ 4.000 ainda não foi localizado.

A menina disse à polícia que se arrependeu de ter embarcado na viagem. Ela afirmou que consentiu em ir, mas que, depois de ficar trancada o dia inteiro em uma quitinete, percebeu que estava sendo mantida em cárcere.

Ao ser levada pelo suspeito a uma loja de roupas, conseguiu acessar a internet e, então, fez contato com a irmã. A polícia rastreou o endereço da rede e localizou o estabelecimento. Depois, fez buscas por quitinetes da região.

A menina já se encontra com a família no Rio de Janeiro e recebe amparo psicológico.