Ativista Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, é encontrado morto no RJ

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ativista Luiz Carlos Rendeiro Júnior, conhecido como Game Over, 34, foi encontrado morto pela mulher, Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro.

O casal ficou conhecido durante os protestos que aconteceram no Rio ao longo de 2013 e 2014. Em 2018, a Justiça condenou 23 ativistas, entre eles Game Over e Sininho, por participação em atos de violentos nos protestos. O casal foi condenado a sete anos de prisão, mas respondia em liberdade. A defesa de ambos negava as acusações e recorrem da sentença.

A Polícia Civil trata o caso como suicídio, mas espera o laudo cadavérico para confirmar a causa da morte. O corpo foi retirado da residência onde o casal morava com os três filhos, na manhã de domingo (26), pelos bombeiros.

Nas redes sociais, Elisa confirmou a morte do companheiro. "O amor da minha vida se foi. Deixando meu coração rasgado e um buraco de saudade. Três filhos lindos e muita história de luta e exemplo. Ele não aguentou esse mundo e o peso que sentimos", lamentou.

Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, prestou condolências à Elisa. Em uma rede social, ele postou uma foto com o casal e a legenda: "Muita força para você e sua família, minha queria Elisa Quadros. Conte comigo sempre!"

Em nota, a Polícia Civil afirmou que "A 151ª DP (Nova Friburgo) instaurou inquérito para apurar o caso. Familiares do homem serão ouvidos e os agentes aguardam o resultado do laudo da perícia para esclarecer a causa da morte".

Protestos de junho Segundo a Justiça, Sininho teria comandado um grupo que se reuniu para tentar incendiar o prédio da Câmara Municipal durante uma manifestação em 2013.

De acordo com a acusação, os manifestantes se organizavam em torno da Frente Independente Popular, que reunia ao menos uma dezena de movimentos sociais que participaram dos protestos que emergiram em junho de 2013.

Daquele movimento surgiram diversos outros que protagonizaram protestos do Rio, como Ocupa Câmara, Ocupa Cabral -que montou ocupação em frente ao prédio do então governador Sérgio Cabral, no Leblon- e as marchas contra a Copa do Mundo e a demolição da Aldeia Maracanã. Três testemunhas relataram que Sininho e Game Over tinham posição de liderança no Ocupa Câmara.

Entre os condenados também estavam Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, que respondem em liberdade pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Bandeirantes, em 2014, atingido por um rojão -o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o julgamento vá a júri popular.