58 mulheres denunciam dois cirurgiões plásticos por erro médico

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - 58 mulheres denunciaram os cirurgiões plásticos Rossini Ruback, que atende na Bahia, e G. W., que opera no Rio de Janeiro e Bahia. As informações são do programa Fantástico, da Rede Globo.

Os relatos contra Rossini incluem cirurgia sem anestesia, infecção após a cirurgia e resultados incompatíveis com a expectativa das pacientes. Ele é denunciado por 40 mulheres.

Uma delas, Rita Castro, contou ter ficado com sequelas ao colocar silicone nas mamas e foi impactada emocionalmente: "Hoje eu tenho trauma da mama feia, da mama torta, da auréola horrível, da cicatriz enorme, desnecessária. Tenho vários traumas, troquei um por vários".

Uma senhora de 69 anos, que não quis se identificar, afirmou ter sido operada sem anestesia. Dois meses após colocar a prótese nas mamas, ela precisou removê-las: "Ele cortou aquilo na raça, sem anestesia, eu fui gritando, gritando, gritando".

A operação havia sido um presente dos filhos, que arrecadaram R$ 18 mil. Uma das filhas da senhora falou que a mãe "estava triste, não queria mais sair" depois do ocorrido.

G. é denunciado por 18 mulheres. Entre os relatos, uma contou que havia uma cláusula de sigilo total a ser assinada antes da operação. Caso ocorresse sequela, a paciente não poderia falar sobre isso, sob a pena de pagar R$ 50 mil em multa e 30% do valor da cirurgia.

Renata D'Alegria disse ter sofrido as seguintes complicações após operar com G.: abertura de pontos, morte do tecido da auréola e vazamento de líquido da mama. Ela relatou que, ao mandar mensagem para o médico, ele não estava mais no Rio, pois estava atendendo na Bahia.

Outra paciente, Débora Louredo, falou ter sido acusada de chantagem por G. Ela enviou um vídeo a ele depois da cirurgia para relatar dores, disse não conseguir ficar em pé e sentiu que estava "morrendo". "Veio uma equipe de laboratório, era anemia severa. Tiveram que mandar bolsa de sangue de outra cidade", contou.

Jaqueline Pimentel foi avaliada por G. em uma chamada de vídeo e disse só ter visto o médico no centro cirúrgico: "Nem a alta ele me deu".

Investigações

A Polícia Civil da Bahia investiga 8 denúncias contra os dois médicos, em inquéritos que ainda não foram concluídos.

O CFM (Conselho Federal de Medicina) afirmou que o registro de Rossini está regular e especificado para cirurgia plástico. O registro médico de G. está regular, mas sem a especialidade em cirurgia plástica.

O que dizem os médicos?

O advogado de Rossini disse que são falsas as acusações de cirurgia sem anestesia e ressaltou que o médico nunca foi condenado.

A defesa de G. falou que o cirurgião é "vítima de campanha difamatório" e negou algum erro.