Hospital de SP está há três meses sem fazer teste que detecta problemas de audição em bebês
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Hospital Geral de São Mateus, localizado na zona leste da capital paulista e gerido pelo Governo de São Paulo, está desde fevereiro deste ano sem realizar o chamado teste da orelhinha nos bebês nascidos na unidade médica.
Segundo um relatório obtido pela reportagem, quase 200 bebês nasceram e receberam alta sem realizar o exame. O hospital está sem fonoaudiólogo e tem encaminhado as famílias para outras unidades de saúde.
As vagas disponibilizadas, porém, não atendem à demanda, e, devido à distância, o absenteísmo é alto. Assim, muitos bebês não estão realizando o exame dentro do período ideal de até três meses de vida, segundo profissionais da saúde ouvidos pela reportagem.
A reportagem escutou relatos de mães que deram à luz em abril e saíram da maternidade sem que seus filhos tivessem realizado o exame. Os testes foram marcados para o mês de agosto, em uma unidade de saúde em Guaianases, também na zona leste da cidade.
A Triagem Auditiva Neonatal é um exame que detecta se o recém-nascido tem problemas de audição. Após a sua realização, é possível iniciar o diagnóstico e o tratamento das alterações auditivas precocemente. Uma lei federal de 2010 tornou obrigatória e gratuita a realização do exame.
Um diagnóstico tardio pode resultar em uma série de implicações na saúde da criança, como atraso de fala e déficit de aprendizagem.
Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, os pacientes têm sido encaminhados ao Hospital Maternidade Interlagos. "Desde março, foram realizados 500 exames deste tipo", diz a pasta. A unidade fica a 40 quilômetros de distância de São Mateus.
Em nota, a secretaria afirma também que o Hospital Geral de São Mateus "está em fase de contratação de profissional de fonoaudiologia infantil para realização da Triagem Auditiva Neonatal Universal, após a saída, há dois meses, do profissional responsável pelo exame".