Flordelis pede autorização para se casar dentro de presídio no RJ

Por YURI EIRAS

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, 62, condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pela morte do então marido Anderson do Carmo, pediu à Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro autorização para se casar com o namorado, o produtor artístico Allan Soares.

O casal está junto desde 2021. Em fevereiro, Allan publicou nas redes sociais uma mensagem de aniversário para Flordelis. "Obrigado por ser a mulher da minha vida. E mesmo com todas as nossas diferenças, posso dizer que eu te amo, Flordelis", escreveu.

Procurada pela reportagem, a advogada de Flordelis, Janira Rocha, afirmou que a defesa não irá se manifestar sobre o casamento. "É uma questão de foro íntimo dela", afirmou.

Produtor musical gospel, Allan Soreas conheceu Flordelis pouco antes da prisão da ex-deputada. Ela está presa desde agosto de 2021 na penitenciária feminina Talavera Bruce.

Anderson Carmo foi morto em 2019, em Niterói, na região metropolitana do Rio, com 31 perfurações de arma de fogo, nove delas na região pélvica. Antes, procurou o hospital por oito vezes com dores no estômago, que seriam de tentativas de envenenamento por chumbinho.

A investigação apontou que a motivação para o crime foi a disputa da quantia arrecadada pela igreja liderada por Carmo e Flordelis: cerca de R$ 180 mil por mês. A ex-deputada nega a acusação, e solicitou um novo júri, assim como sua filha.

Ela foi condenada por ser mandante do homicídio qualificado -motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Também foi considerada culpada por tentativa de homicídio com uso de veneno, falsificação de documento e associação criminosa armada.

Em dezembro, a Promotoria do Rio de Janeiro apresentou à Justiça pedido para aumentar a pena da ex-deputada. Os promotores pedem que a majoração da pena-base fixada para Flordelis seja mais próxima ao máximo para homicídio doloso (30 anos); a deputada foi condenada acima do mínimo legal.