Ciclone no RS e SC com ventos de 140 km/h deixa um morto e 468 mil sem energia
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A passagem de um ciclone extratropical por Rio Grande do Sul e Santa Catarina desde a noite de quarta-feira (12) causa morte e estragos em dezenas de municípios. Conforme boletim da Defesa Civil gaúcha na manhã desta quinta-feira (13), 46 municípios do RS tiveram prejuízos.
O fenômeno deve continuar sobre os estados do sul ao longo do dia, com pouca chuva, mas rajadas de vento que podem se aproximar de 100 km/h. O RS amanheceu com 468 mil pessoas sem energia elétrica, conforme as duas concessionárias que atendem o estado.
Pela manhã, o prefeito de Rio Grande, no sul do RS, Fábio Branco, confirmou a primeira morte causada pelo ciclone. A vítima, ainda não identificada, teria sido atingida pela queda de uma árvore em sua residência, o bairro Maria dos Anjos.
Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em Bom Jardim da Serra (SC), região de cânions na fronteira com o RS, as rajadas de vento chegaram a 146,9 km/h.
No RS, onde 343 municípios estão em alerta vermelho desde quarta-feira, as regiões mais afetadas foram no sul, como Pelotas, Rio Grande e Canguçu, e no litoral norte.
No litoral, a estrutura da tradicional Festa do Peixe, em Tramandaí, foi destruída. Cidreira, também no litoral, teve 46 pessoas removidas de casa.
Na região sul, Canguçu teve rajadas de 100,4 km/h. Conforme a prefeitura de Rio Grande, cerca de 100 casas foram destelhadas pelo vento e 17 pessoas desabrigadas.
Embora a chuva tenha diminuído, ainda há preocupação com o efeito retardado da chuva de quarta-feira, que provoca a cheia de rios nos dias seguintes. Em São Sebastião do Caí, a prefeitura trabalha na remoção de famílias ribeirinhas do Rio Caí, que pode chegar a 12 metros de altura, mais de 10 metros do que o nível normal. No ciclone anterior, ocorrido em 15 de junho, a água chegou a 14 metros.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal e a Empresa Gaúcha de Rodovias, há dez bloqueios em rodovias gaúchas. A estrutura temporária de acesso a Caraá ? município mais afetado pelo evento de junho, com cinco das 16 mortes ocorrida no RS ?foi comprometida. Em algumas rodovias, como a RS-474 e a RS-441, o bloqueio se dá pela cheia sobre a pista. Outras cinco têm bloqueios parciais.
Santa Catarina também foi afetada com força na madrugada desta quinta-feira. Em Chapecó, onde o vento chegou a 80 km/h, árvores caíram sobre carros e casas e placas foram arrancadas. Em Ibicaré, a SC-453 foi interditada nos dois sentidos com a queda de galhos de árvores. Conforme o Governo do Estado, há três bloqueios totais e outros três pontos de atenção, com trânsito em meia pista.
O ciclone é o terceiro a afetar o sul do Brasil em menos de um mês, o segundo com gravidade.