Polícia investiga estupro de adolescente em centro para tratar usuários de drogas em SP

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil investiga uma denúncia de estupro de uma adolescente que fazia tratamento no HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas, inaugurado em abril pelo governo estadual no centro de São Paulo.

O local é uma das principais apostas da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) para tratar dependentes químicos da cracolândia.

A suposta vítima é uma adolescente, que tinha 15 anos em 18 de julho, quando a violência teria ocorrido.

O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Segundo a gestãoimagens das câmeras de segurança do local estão sendo analisadas pela Polícia Civil, bem como os exames periciais solicitados.

A polícia não informou quem teria cometido o estupro e se há suspeitos investigados.

"No momento em que a paciente realizou a denúncia, a equipe do HUB prestou pronto atendimento e a levou para o distrito policial para o registro da ocorrência", disse a Secretaria de Estado da Saúde, em nota.

De acordo com o governo, uma sindicância administrativa foi instaurada para apurar as circunstâncias relativas à suspeita e a direção da unidade colabora com as autoridades.

Ainda conforme a nota, a paciente deu entrada no Hub por causa de dependência química e de transtorno opositivo desafiador (TOD).

A adolescente segue em tratamento em uma unidade da rede de acolhimento no interior do estado.

Na nota, o governo afirmou que a o HUB é um serviço "porta aberta", ou seja, que recebe e atende todos os pacientes que procuram o local.

"De acordo com a avaliação médica, os pacientes são separados por grau de complexidade de atendimento, assim como ocorre em outras unidades de saúde", afirma.

O local é administrado pela organização social de saúde SPDM, que, questionada, não respondeu sobre o caso até a publicação desta reportagem.

Inaugurado no início de abril, o HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas foi anunciado nos primeiros dias do governo em meio a um pacote de medidas para ampliar as taxas de internação das pessoas que frequentam as ruas conhecidas pelo uso de drogas na região central de São Paulo.

Segundo a direção do HUB, a abertura do centro atraiu uma grande demanda reprimida de dependentes químicos de todas as partes da cidade em busca de internação.

O local, no Bom Retiro, passou a funcionar com pouco mais de duas semanas de atraso.

O equipamento foi anunciado no fim de janeiro pelo vice-governador Felicio Ramuth (PSD) como parte de um pacote de ações para a cracolândia e tinha previsão inicial de entrega para 24 de março.