Ação policial em Guarujá tem mais mortes que em todo o 1º trimestre no litoral
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O número de mortos pela Polícia Militar em Guarujá, no litoral paulista, já supera o total de vítimas na região no primeiro trimestre deste ano. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou na manhã desta segunda-feira (31) que oito pessoas foram mortas durante megaoperação de forças de segurança após a morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
No primeiro trimestre, foram registradas sete mortes em confronto com policiais militares serviço em toda a região do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 6.
O órgão é o responsável pela atividade policial na Baixada Santista, e os dados englobam Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.
As vítimas em Guarujá podem chegar a 12, segundo a Ouvidoria das polícias, mas os números ainda precisam de confirmação.
A operação no litoral deve ser mantida por 30 dias, segundo Tarcísio e o secretário de segurança, Guilherme Derrite, que negaram excessos e relatos de tortura em entrevista coletiva na manhã desta segunda (31), no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona sul de SP).
"Não tem nada disso", disse o governador, enquanto o secretário afirmou que a informação é "absurda" e que os relatos "não passam de narrativa".
Moradores de Guarujá relataram que policiais militares torturaram e mataram ao menos um homem e prometeram assassinar 60 pessoas em comunidades da cidade.
O suspeito de ter feito os disparos que mataram Patrick Reis e feriram outro agente da Rota foi preso na noite de domingo (30) na zona sul da cidade de São Paulo, segundo Tarcísio. "Três envolvidos já estão presos", escreveu o governador no Twitter. "A justiça será feita. Nenhum ataque aos nossos policiais ficará impune", concluiu.
Em todo o estado, cinco policiais militares morreram em serviço no primeiro semestre, segundo as estatísticas de segurança mais recentes divulgadas pela SSP. Considerando a morte de Reis, da Rota, o número já se igualaria ao total de seis agentes da PM mortos em serviço no ano passado.