“É uma série que inspira e traz esperança para quem é da comunidade. Porque a gente sabe que quem nasce na favela tem que fazer dez vezes mais para ganhar o mínimo de notoriedade. Ver pessoas de quebrada mostrando a potência das favelas para o mundo faz com que a gente acredite que é possível conquistar os mesmos espaços”, afirma Jana Fernandes.
Dados do Data Favela 2023 mostram que se as favelas brasileiras formassem um estado, seria o terceiro maior do Brasil em população. A renda movimentada pela população dessas comunidades já quebrou a barreira dos R$ 200 bilhões, R$ 12 bilhões a mais em relação ao último ano.
A dupla já atua para mostrar a força criativa e inovadora de suas comunidades e que seus protagonistas tenham evidência. No Canal da Quebrada, a ideia é apresentar, principalmente a jovens e crianças, uma periferia inspiradora, por meio de tv aberta e pública.
“É muito louco porque é uma programação que vai inspirar muitas e muitas pessoas, que vai trazer novas perspectivas para quem nunca tinha imaginado trabalhar com arte e fazer com que a quebrada fosse o centro do mundo. A maioria das pessoas pensa que sucesso é você ganhar dinheiro e sair da quebrada. Você pode ganhar dinheiro dentro da quebrada, trabalhando para a quebrada”, ressalta Jana Fernandes, líder de um projeto independente chamado Marginalmente, em que divulga a arte e cultura das periferias.
A série é da Rio Produtora, com direção de Pedro Saad e Raphael Scire.
Prodav/TVs Públicas
A série Canal da Quebrada é a primeira produção do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav) TVs Públicas que chega à TV Brasil.
A terceira edição do projeto escolheu 75 obras produzidas nas cinco regiões do país e que serão distribuídas para emissoras públicas de televisão (universitárias, comunitárias, educativas e culturais).
O Prodav/TVs Públicas é uma parceria entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para incentivar a produção de conteúdo audiovisual regional e independente e fortalecer a oferta de conteúdos para as televisões públicas.
Das obras participantes, foram selecionados 46 documentários, 15 animações e 14 de ficção, voltados a todos os públicos.