Obra é interrompida para realização de perícia após desabamento de estrutura causar morte em SP

Por LEONARDO ZVARICK

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após um desabamento que matou uma pessoa nesta terça-feira (17), uma construção de dois prédios comerciais na zona sul de São Paulo foi interrompida para a realização de perícia.

Ainda não há, segundo a incorporadora Eztec, previsão para que os trabalhos sejam retomados. A investigação que deve apontar as causas do acidente é conduzida pela Polícia Civil.

O episódio aconteceu por volta das 16h, na rua José Vicente Cavalheiro, na região da Chácara Santo Amaro. Operários trabalhavam em uma plataforma que interliga as torres pelo topo, a 140 metros de altura, quando parte da estrutura desabou.

Ao menos sete funcionários ficaram penduradas por cabos, durante cerca de 40 minutos, antes de serem resgatados. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de uma pessoa, mas não informou se ela trabalhava na plataforma suspensa ou se foi atingida pelos destroços que desabaram.

Um vizinho da construção disse à reportagem que ouviu um estrondo alto no momento do acidente, e que ao correr à janela conseguiu e observar parte dos destroços caindo entre os dois edifícios. Um vídeo registrado pelo morador mostra o momento em que um dos trabalhadores é içado por um guindaste utilizado na construção.

O atendimento à ocorrência mobilizou dez viaturas da corporação, além do helicóptero Água da Polícia Militar.

Nesta quarta-feira (18), a rua que dá acesso à obra permaneceu interditada. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os trabalhos de perícia se estenderão até quinta-feira (19).

O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) também abriu apuração para identificar a responsabilidade técnica pelo empreendimento.

"Para a realização de quaisquer atividades e serviços, os profissionais e empresas contratados devem estar registrados no Crea-SP. Também é necessário que, para todos os serviços contratados, seja feito o registro de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), definindo a participação técnica no empreendimento", diz comunicado da entidade.

Por meio de nota, a construtora Eztec disse que lamenta o incidente e que a obra dispunha de equipamentos de segurança e proteção para os funcionários. "O que se sabe é que houve um incidente na plataforma de trabalho e segurança. A empresa seguirá todas as recomendações das autoridades competentes".

A estrutura de aço em que os funcionários trabalhavam não se trata de um andaime, mas faz parte do projeto arquitetônico do conjunto comercial em construção -os edifícios serão conectadas pelo topo por um heliponto.

As duas torres de 33 andares fazem parte do empreendimento Esther Towers, com entrega prevista para 2025. "O projeto impressiona pela ousadia, criatividade e originalidade das linhas das fachadas e do conjunto", diz texto publicado no site da Eztec.