Hospitais de SP registram alta de internações por Covid nos últimos 15 dias
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais de 3 em cada 4 (76%) hospitais privados de São Paulo registraram aumento das internações por Covid nos últimos 15 dias. As internações se referem tanto àquelas em leitos de enfermaria quanto em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Nas duas últimas semanas, o número de internações por Covid subiu cerca de 5%, um aumento principalmente devido às novas internações em leitos clínicos. Já em relação aos leitos de UTI, 92% dos hospitais ouvidos na pesquisa disseram que houve um aumento similar, de 5%, com o tempo de resolução médio do paciente de até 4 dias.
Os dados são de um levantamento do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo), com informações de 81 hospitais da capital e Grande São Paulo até o dia 19 de outubro. Não há informações no relatório sobre qual a variante predominante do Sars-CoV-2 responsável pelas internações.
Ainda no mesmo levantamento, o SindHosp verificou um aumento de casos com suspeita de Covid em 84% dos estabelecimentos. Isso porque nem todos os pacientes internados são testados para Covid. Quando eles realizam os testes, de acordo com as informações passadas pelos hospitais, 68% deles verificaram um aumento de 11% a 20% da positividade (exames com resultado positivo) da Covid no mesmo período.
O aumento foi mais acentuado na faixa etária de 30 a 50 anos (28%), a mesma que está com as doses da vacina bivalente, a mais recente e que oferece proteção contra as cepas do vírus em circulação, em atraso, segundo um levantamento da Folha. Em seguida, jovens de 19 a 29 anos (6%), idosos de 60 a 80 anos (3%) e crianças de 5 a 11 anos (3%).
Segundo Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, é fundamental que a população busque a atualização da vacina bivalente. Ele também falou sobre a importância do uso de máscaras como forma de reduzir a transmissão do vírus. "É necessário que a população complete o calendário vacinal com a vacina bivalente e se preocupe em usar máscara em ambientes com alta concentração de pessoas como o transporte público", destaca.
De acordo com os dados da Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo, disponíveis na plataforma Seade, as internações em leitos de UTI por Covid tiveram um aumento de 26,8%, em todo o estado, passando de 291, em 5 de outubro, a 369 no último dia 19. Entre os dias 12 a 19 do mesmo mês, o aumento foi de 17,1% (315 para 369).
Em relação à Grande São Paulo, os pacientes internados em UTI com Covid passaram de 197, no dia 5, para 244 até a última quinta (19), um aumento de 23,8%; na última semana, esse crescimento foi de 9,9%, passando de 222 aos 244 atuais.
Ainda segundo a plataforma, os pacientes em leitos de enfermaria também tiveram um aumento, de 655 para 739 (+13%), em todo o estado, e de 392 para 413 (+5,4%), na Grande SP, no período de 5 a 19 de outubro. Já nos últimos sete dias, o aumento foi de 11,5% e 11%, respectivamente.
POSITIVIDADE POR COVID AUMENTA
Um levantamento feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com dados até o dia 23 de setembro, apontou que a positividade de Covid atingiu pela primeira vez desde dezembro do ano passado a marca de 30%. Isto significa que, a cada dez exames realizados para Covid no país, três têm resultado positivo.
A alta já era verificada há pelo menos dois meses. Porém, a taxa de exames com resultados positivos cresceu cinco pontos percentuais no final de setembro e, na semana de 17 a 23 de setembro, chegou a 30,2%.
De acordo com o Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz divulgado no último dia 11, com dados até o dia 9 de outubro, os casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave) relacionados à Covid mantêm a tendência de crescimento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Nos estados Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, por exemplo, o aumento foi verificado principalmente entre os adultos. Já em Goiás e no Distrito Federal, o crescimento se concentrou principalmente na população acima de 65 anos.
O boletim identificou ainda, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência de 50,4% de casos de Srag com resultado positivo para Sars-CoV-2, 8,8% para VSR (vírus sincicial respiratório), 1,4% influenza A e 0,5% influenza B.