Vereador de São Paulo é condenado por antissemitismo

Por ISABELA ALEIXO

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O vereador da cidade de São Paulo Adilson Amadeu (União Brasil) foi condenado neste sábado (28) por crime de preconceito contra judeus. A decisão é da juíza Renata William Rached Catelli, do TJSP.

Adilson Amadeu foi condenado a 2 anos e 6 meses em regime aberto, além do pagamento de 13 dias-multa por ofensa contra judeus em um áudio compartilhado no WhatsApp.

Na decisão, a juíza também pede a perda da função pública do vereador, o que só pode acontecer depois do trânsito em julgado da ação. Ainda cabe recurso.

Em um áudio compartilhado no WhatsApp em 2020, o vereador falava sobre o Hospital Albert Einstein quando deu a seguinte declaração:

"(...) que é uma puta duma sem vergonhice, que eles querem que quebra todo mundo, pra todo mundo ficar na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu até tô até respondendo um processo, porque quando entra Albert Einstein, grupo Lide é que tem sem-vergonhice grande, grande, sem-vergonhice de grandeza, de grandeza que eu nunca vi na minha vida". Vereador Adilson Amadeu

Na decisão, a juíza destacou que essa era a segunda vez que o vereador proferia ofensas contra judeus. Em dezembro de 2019, Adilson Amadeu ofendeu o colega da Câmara Daniel Annemberg chamando-o de "judeu filho da puta".

"Não basta dizer que se arrependeu de ter proferido palavras racistas e pedir desculpas se, em um intervalo curto de tempo, a pessoa volta a agir da mesma forma!", sentenciou a juíza Renata William Rached Catelli.

Segundo a sentença, a defesa do vereador alegou que ele compartilhou o áudio em um grupo de amigos de infância e que o alvo não eram os judeus, mas a Administração Pública Municipal e Estadual durante a pandemia.

A reportagem tenta contato com a equipe do vereador Adilson Amadeu para comentar a decisão.