Miliciano apontado como rival de Zinho é encontrado morto no Rio

Por NICOLA PAMPLONA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Militar do Rio de Janeiro encontrou na noite desta sexta (3) o corpo do miliciano Allan Ribeiro Soares, conhecido como Nanan ou Malvadão, rival de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, apontado como chefe da maior milícia da cidade.

Segundo a polícia, o corpo foi encontrado quando policiais chegaram ao Complexo João 23, em Santa Cruz, na zona oeste da cidade, para verificar alerta de tiroteio na região.

"Chegando ao local, os policiais militares realizaram um patrulhamento e localizaram dois corpos com marcas de disparo por arma de fogo, na rua João Vinte e Três. Ainda foram localizados uma pistola e quatro carregadores municiados", disse a PM.

"O local foi isolado e a Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada. Cabe ressaltar que entre os mortos está Allan Ribeiro Soares, vulgo Nanan, líder das comunidades", completou.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios.

Segundo a polícia, Nanan e Zinho vinham travando uma guerra pelo controle de áreas na zona oeste, que convive com um poder paralelo que fatura com o monopólio de serviços, como internet e gás de cozinha, controle sobre prostituição e a extorsão de todo tipo de comércio, incluindo a venda de gelo nas praias.

Zinho assumiu a maior milícia da região após a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021. É atribuída a ele a ordem dos ataques que incendiaram 35 ônibus e um trem na zona oeste do Rio, em 23 de outubro, após a morte do sobrinho, Matheus Rezende, o Faustão, em uma ação policial.

Os ataques deram início a uma série de operações contra os grupos criminosos, com apoio da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na (31) eles prenderam Dalmir Pereira Barbosa e Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, pai e filho suspeitos de comandar a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste.

Segundo a polícia, Taillon seria o alvo de traficantes que mataram por engano três médicos em um quiosque de praia na Barra da Tijuca, no dia 5 de outubro --um quarto médico ficou ferido na ação criminosa. A suspeita é que o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33, tenha sido identificado incorretamente pelos assassinos como Taillon.

Um dos alvos foi preso na avenida Abelardo Bueno (na zona oeste), no momento em que saía de um prédio comercial acompanhado de três homens armados que faziam a sua segurança: dois policiais militares da ativa e um militar do Exército, também da ativa. Os três foram presos em flagrante.