Câmara de SP deve instaurar CPI da Enel nesta quinta

Por CARLOS PETROCILO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os vereadores de São Paulo chegaram ao acordo para votar o requerimento, nesta quarta-feira (8), e instaurar na quinta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o serviço prestado pela concessionária de energia Enel.

Desde sexta, após a falta de energia deixar 3,7 milhões de clientes sem luz, vereadores como João Jorge, líder da bancada do PSDB, Sandra Tadeu (União Brasil), Major Palumbo (PP) e Luna Zarattini (PT) ingressaram com o pedido de CPI.

O tema atraiu vereadores da base e da oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). Para a situação, a CPI é uma contribuição para blindar a gestão municipal dos estragos causados pela tempestade do final de semana.

"O problema do clima aconteceu na sexta-feira. Sexta, sábado, domingo, segunda e terça. Hoje, no quinto dia, ainda existem 200 mil pontos sem energia elétrica", falou João Jorge.

A presidência deverá ficar com Jorge, enquanto os partidos como PT e PP brigam desde terça para emplacar Luna e Palumbo na relatoria. As indicações de todos os membros serão confirmadas após a instauração da CPI.

"A aprovação da CPI da Enel é essencial para investigar os responsáveis do apagão na cidade de São Paulo. A oposição quer espaço relevante na CPI para garantir as investigações e trazer respostas a população que já não aguenta mais este descaso", disse Luna.

No colégio de líderes na terça, Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal, chegou a fazer apelo aos líderes de bancadas para instalar a CPI até quinta.

"Faço um apelo às bancadas, que após a votação da Comissão Parlamentar de Inquérito no dia de amanhã, façamos as indicações pelas bancadas dos membros que irão compor a referida CPI", disse Leite, responsável por ditar o ritmo da Casa.

Esta deverá ser a segunda CPI que envolve a Enel. Na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), há uma em andamento desde maio deste ano. Nesta terça, a comissão dos deputados estaduais aprovou a convocação de Max Xavier Lins, diretor da empresa em São Paulo, e do executivo da Enel no Brasil, Nicola Cotugno.

Também foi aprovado convite para prefeitos de 24 de cidades atendidas pela Enel no estado, inclusive o prefeito de São Paulo.