Prejuízo com greve em SP passa de R$ 60 milhões, diz associação comercial

Por FRANCISCO LIMA NETO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O comércio da região metropolitana de São Paulo pode ter um prejuízo acima de R$ 60 milhões com a greve desta terça (28), segundo estimativa da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). A paralisação contra planos de privatização do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e cortes no orçamento conta com a adesão de trabalhadores do Metrô, da CPTM, da Sabesp e da Fundação Casa, além de professores.

A estimativa de prejuízo se baseia no volume movimentado diariamente na Grande SP e é feita pelo IEGV/ACSP (Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo).

De acordo com economistas do IEGV, o prejuízo se deve principalmente por redução nas compras imediatas dos consumidores e pela queda na movimentação do comércio referente às compras antecipadas de final de ano, além do impacto na força de trabalho das mais variadas operações comerciais.

"O comércio e o varejo, pilares fundamentais para a dinâmica da capital paulista, serão severamente prejudicados, comprometendo a sobrevivência de muitos empreendimentos, especialmente os pequenos e médios negócios", diz a associação.

A ACSP afirma que repudia a greve, que chama de política.

"Este é um momento de bom senso e de responsabilidade de todas as partes envolvidas para evitar prejuízos irreparáveis à nossa querida São Paulo. Esta greve, infelizmente, se traduzirá em sérios impactos para o comércio e o varejo da cidade", afirma Roberto Ordine, presidente da ACSP.

Entre as pautas da paralisação está novamente a privatização da Sabesp e de outros setores, como no transporte sobre trilhos.

Outras pautas relacionadas a decisões da gestão Tarcísio compõem os argumentos usados pelos trabalhadores para justificar a greve, tais como um corte de 5% no orçamento da educação, e o leilão da linha 7-rubi da CPTM, marcado para fevereiro de 2024.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou na manhã desta terça que a greve é ilegal.

"Ato ilegal de um sindicato que insiste, inclusive, em não cumprir as determinações judiciais. A população de São Paulo refém, as pessoas querendo trabalhar, infelizmente, mais uma vez, nessa situação", disse.

Uma decisão da Justiça determinou que a categoria deveria garantir a presença de 80% do contingente de funcionários nos horários de pico no Metrô, o que não ocorreu.