PF faz operação contra grupos que fornecem milhares de armas para facções no Brasil

Segundo as investigações, uma empresa com sede em Assunção, no Paraguai, foi responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus.

Por FRANCISCO LIMA NETO

PF faz operação contra grupos que fornecem milhares de armas para facções no Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Brasil e Paraguai fazem nesta terça-feira (5) uma operação conjunta de combate ao tráfico internacional e armas. Segundo as investigações do Grupo de Investigações Sensíveis da Polícia Federal na Bahia, uma empresa com sede em Assunção, no Paraguai, foi responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

Depois que as armas importadas da Europa chegavam ao Paraguai, eram raspadas e repassadas a grupos intermediários na fronteira que, então, revendiam às principais facções criminosas do Brasil.

As investigações começaram na Delegacia de Polícia em Vitória da Conquista, na Bahia, em 2020, quando dois indivíduos foram presos em flagrante com 23 pistolas de origem croata e dois fuzis com indícios de adulteração, além de munições e carregadores.

Desde que as investigações começaram, há três anos, a estimativa da PF é de que a empresa importou cerca de 43 mil armas para o Paraguai e movimentou R$ 1,2 bilhão. No mesmo período, foram realizadas 67 apreensões nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará, que totalizam 659 armas apreendidas.

A 2ª Vara Federal de Salvador expediu 25 mandados de prisões preventivas, seis ordens de prisão temporária e 54 mandados de busca e apreensão no Brasil, Paraguai e Estados Unidos. No Brasil, os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Sorocaba, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Brasília e Belo Horizonte.

A operação é realizada pela PF na Bahia, em parceria com Ministério Público Federal e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai com o Ministério Público do Paraguai. A ação contou ainda com a FICTA (Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições), que é composta pela HSI (Homeland Security Investigations), Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) sob Supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.