Mãe e madrasta são condenadas a 57 anos de prisão por morte de menina

Por LUANA TAKAHASHI

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Mãe e madrasta da menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, torturada e morta por elas, foram condenadas ontem a 57 anos de prisão pelo crime depois de 2 anos.

A mãe Gilmara Oliveira de Faria e a madrasta Brena Luane Barbosa tiveram a pena estabelecida em 57 anos, 9 meses e 10 dias reclusas em regime fechado. A condenação ocorreu ontem após decisão do Conselho de Sentença do III Tribunal do Júri da Capital.

As duas são acusadas de torturar até a morte a menina Ketelen, que tinha 6 anos na época. O crime aconteceu em 2021, em Porto Real, no Rio de Janeiro.

"A morte de uma criança de apenas 6 anos não se resume a um ato isolado de homicídio. Trata-se de um ato de extrema perversidade que transcende os limites da compreensão humana", disse o juiz Cariel Bezerra Patriota sobre a sentença. As mulheres foram condenadas por homicídio triplamente qualificado e tortura.

Durante três dias seguidos, em maio de 2021, a dupla efetuou sessões de agressões contra a menina. Mãe e madrasta deram socos, chutes, arremessos contra a parede, pisões, chicoteadas e jogaram a criança de um barranco de aproximadamente sete metros de altura.

Segundo o MP, as agressões teriam começado após Ketelen ter bebido leite sem autorização. A menina chegou a ser socorrida e hospitalizada em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos.

As condições físicas da menina chocaram a equipe médica na época. Ketelen tinha sangramento no crânio, marcas compatíveis com queimadura de cigarro e vergões pelo corpo, além de estar com um dos pulmões paralisados.

As duas mulheres, junto com a sogra da mãe da vítima, tentaram ainda burlar a aplicação da lei penal. As envolvidas criaram a justificativa de que a menina teria se ferido em uma estaca.