Motorista do ônibus em que morreram 7 corintianos é indiciado por homicídio culposo em MG
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O motorista do ônibus com torcedores do Corinthians que capotou na BR-381 na madrugada de 20 de agosto, durante viagem de Belo Horizonte para o interior de São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais por homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor. Sete pessoas morreram e 36 ficaram feridas no acidente.
O motorista, que tem 34 anos, era dono do ônibus e chegou a ser internado em estado grave. O nome dele não foi revelado pela polícia, que anunciou nesta quarta-feira (6) a conclusão das investigações.
O ônibus seguia para Taubaté (SP) após um jogo do time paulista contra o Cruzeiro na capital mineira, levando 43 passageiros -o veículo havia sido fretado pelos torcedores. Imagens divulgadas pela polícia mostram o momento do acidente, que aconteceu na região conhecida como Serra de Igarapé.
As investigações apontam que o veículo perdeu os freios quando estava na descida da serra, no município de Brumadinho (MG). Ao perceber que não havia como reduzir a velocidade, o motorista jogou o veículo contra um barranco. A polícia apontou negligência do condutor.
Além disso, o ônibus apresentava outros problemas de manutenção e licenciamento, como pneus carecas, falta de tacógrafo e registro na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). "Todos esses fatores levaram ao indiciamento do suspeito", afirmou o delegado responsável pelas investigações, Rodrigo Otávio Fagundes.
Em depoimento, o motorista afirmou que, na descida da serra, notou que um dos marcadores de ar relativo ao sistema de freios estava alterado. Em seguida, viu outro medidor fora do normal. Foi nesse momento, conforme relatou, que tentou acionar os freios e não teve resposta do sistema.
O condutor disse ainda que gritou para acordar os passageiros. A velocidade começou a aumentar, e ele então decidiu jogar o ônibus contra o barranco. O motorista afirmou ainda que o veículo havia passado por manutenção dois dias antes da viagem, mas disse não se lembrar do nome da oficina e não tinha comprovante do serviço.