Apontado como chefe da segurança do bicheiro Rogério Andrade é alvo de atentado no Rio

Por CAMILA ZARUR

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O policial militar reformado Márcio Araújo de Souza, apontado como principal segurança do bicheiro Rogério Andrade, foi alvo de uma tentativa de homicídio na noite de sexta-feira (15), no Rio de Janeiro. O ataque aconteceu dentro do condomínio em que o PM mora, na Ilha de Guaratiba, zona oeste da capital fluminense.

Câmeras de segurança registraram a tentativa de homicídio. Nas imagens, homens aparecem encapuzados e armados em frente à casa do policial. Sem conseguir entrar na residência, eles disparam contra a casa e fogem de carro.

A síndica do condomínio foi quem acionou a Polícia Militar, segundo a corporação. Ela é mulher de Souza. Nem ela nem o marido ficaram feridos.

A Polícia Civil afirma que abriu uma investigação para apurar o caso. Os agentes fizeram perícia no local e ouviram Souza em depoimento. A corporação também diz que está fazendo diligências para identificar os autores do atentado.

Souza havia sido expulso da Polícia Militar devido às suspeitas de seu envolvimento com o jogo do bicho e a contravenção. No entanto, uma decisão favorável a ele na Justiça, no mês passado, o reintegrou à corporação.

O PM aposentado é suspeito de envolvimento na morte de Fernando Iggnácio, contraventor rival de Andrade que foi morto a tiros em novembro de 2020.

Iggnácio era genro de Castor de Andrade, um dos banqueiros do bicho mais famosos do Rio de Janeiro e tio de Rogério Andrade. Morto por um infarto em 1997, o patriarca não indicou quem seria seu herdeiro e isso deu início a uma guerra na família.

Segundo investigações, Andrade abriu uma ofensiva contra Iggnácio e contra seu primo Paulinho Andrade, filho de Castor. Além de ser suspeito de ter mandado matar o genro de seu tio, ele é suspeito de ser o mandante da morte de Paulinho, em outubro de 1998.

Tanto Rogério como seu segurança Márcio Araújo de Souza chegaram a ser presos em 2021 pela morte de Fernando Iggnácio. Os dois, porém, respondem hoje ao processo em liberdade, após decisões favoráveis na Justiça.

Segundo a polícia, foiuSouza foi quem contratou os assassinos de Iggnácio, executado com tiros de fuzil após desembarcar de um helicóptero no Recreio, zona norte do Rio.