Morre no Rio filho de 9 anos de miliciano apontado como sucessor de Zinho

A criança, de 9 anos, estava internada em estado gravíssimo após ser baleada na cabeça na sexta-feira (30). Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit, foi apontado como braço direito e sucessor do miliciano Zinho.

Por ALÉXIA SOUSA

Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Morreu, na madrugada deste sábado (30), no Rio de Janeiro, o filho do miliciano Antônio Carlos dos Santos Pinto, 44, o Pit, apontado como braço direito e sucessor do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

A criança, de 9 anos, estava internada em estado gravíssimo após ser baleada na cabeça na sexta-feira (30). O menino foi atingido durante o ataque que matou a tiros seu pai na comunidade Três Pontes, em Paciência, zona oeste da cidade.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino recebeu os primeiros cuidados na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região e foi transferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul, onde estava internado. A direção do hospital confirmou a morte da criança.

Pai e filho estavam em carro que foi alvo de ataque em comunidade, na zona oeste do Rio, nesta sexta-feira (29).

Com a morte do filho de Pit, subiu para 25 o número de crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio neste ano. As informações são do Instituto Fogo Cruzado. Segundo a plataforma, 10 morreram e 15 ficaram feridas.

O menino estava com o pai em um Gol branco que foi alvo do ataque. O corpo de Pit foi encontrado dentro do veículo, com marcas de tiros, por equipes do batalhão de Santa Cruz que foram acionadas para uma ocorrência de encontro de cadáver, de acordo com a Polícia Militar.

No local os agentes receberam a informação de que uma criança também havia sido baleada e levada para o hospital.

Outro homem, identificado como Leonel Patrício de Moura, também foi morto a poucos metros do local onde Pit foi encontrado. O corpo foi achado, com as mãos amarradas, em outro veículo.

Informações preliminares apontam que Leonel iria se encontrar com Pit, quando foi sequestrado e torturado por criminosos que o abrigaram a entregar a localização do miliciano. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital.

De acordo com as investigações, Pit era um dos responsáveis pelas finanças do grupo de Zinho, que no dia 24 de dezembro se entregou à Polícia Federal e está preso desde então.

Pit foi preso em maio de 2019 pelo crime de milícia privada e porte de arma em uma operação da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), da Polícia Civil --na ocasião os agentes também cumpriram um mandado de prisão contra ele por organização criminosa. Ele foi solto em setembro deste ano. A reportagem ainda não localizou seus advogados.