Exército compõem equipes no quinto dia de buscas por helicóptero desaparecido

Por FRANCISCO LIMA NETO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As buscas pelo helicóptero Robinson R44 que desapareceu na tarde de domingo (31) quando fazia o trajeto de São Paulo a Ilhabela, no litoral norte, entraram no quinto dia nesta sexta-feira (5). A aeronave transportava quatro pessoas, o empresário Raphael Torres, 41, a vendedora de roupas Luciana Marley Rodzewics Santos, 46, e a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20, e o piloto Cassiano Tete Teodoro.

Já foram 32 horas de voo, segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), e a área total de buscas é de 5.000 quilômetros quadrados. Neste quinto dia de procura ainda não há sinais da localização do helicóptero ou do ponto do desaparecimento.

As buscas, feitas com avião da FAB e o helicóptero Água da Polícia Militar, contam com reforço do Exército que passou a integrar as buscas nesta sexta. A aeronave modelo Pantera K2 do 2º BAvEx (Batalhão de Aviação do Exército) decolou de Taubaté nesta tarde para ajudar na procura.

A equipe da Aviação do Exército é composta pela tripulação de dois pilotos, mecânico de voo e três militares da equipe de Busca e Salvamento. As buscas ocorrem na região do Vale do Paraíba e litoral norte. A aeronave e tripulação têm capacidade e preparação para buscas e salvamento inclusive no período noturno, com o uso de óculos de visão noturna.

De acordo com a Defesa Civil, as buscas são feitas entre os municípios de Salesópolis, Natividade da Serra e Caraguatatuba, na Serra do Mar.

Porém as buscas são dificultadas mais um dia por conta das condições climáticas. A PM chegou a paralisar as buscas por algumas horas devido o mau tempo. Durante a manhã, a Defesa Civil alertou que imagens de satélite e radares meteorológicos mostravam bastante nebulosidade nas áreas de serra do Vale do Paraíba, o que dificultaria voos baixos de pequenas aeronaves. Também adiantou que, ao longo da tarde, áreas de instabilidade se formarão e devem causar pancadas de chuva forte, seguidas por raios e vento.

A aeronave SC-105 Amazonas, do 2°/10° GAV (Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação) - Esquadrão Pelicano, decola sempre de São José dos Campos por conta da proximidade com as áreas de busca, na Serra do Mar.

A bordo da aeronave da FAB estão 15 tripulantes especializados. O avião tem um radar capaz de realizar buscas na terra ou mar, com alcance de até 360 quilômetros. Um sistema de comunicação via satélite também permite o contato com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero), mesmo em voos a baixa altura.

A aeronave ainda conta com um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho. Isso permite realizar buscas pelo calor, permitindo detectar, por exemplo, uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar.

Ontem, o Corpo de Bombeiros afirmou que suas equipes estão prontas para fazer buscas por terra, mas a investida por solo só será feita quando receber coordenadas precisas sobre a possível localização da aeronave.

O helicóptero com as quatro pessoas desapareceu na tarde de domingo após adentrar em trecho de forte neblina no trajeto entre a cidade de São Paulo e o município de Ilhabela. Vídeo e mensagens enviadas por piloto e passageira reportam ausência de visibilidade para sobrevoar a Serra do Mar e um pouso de emergência em área de mata.

FAMÍLIA DE MÃE E FILHA DESAPARECIDAS QUER CONTRATAR MATEIROS PARA BUSCAS

Os familiares das duas mulheres que estavam a bordo do helicóptero que sumiu em São Paulo no dia 31 de dezembro decidiram contratar mateiros para fazer buscas por terra.

Silvia Santos, 43, irmã de Luciana e tia de Letícia, disse nesta sexta-feira que o pai e o namorado da sobrinha estão na região de Salesópolis desde quinta (4) à procura de mateiros especializados em vegetação fechada para as buscas pelas vítimas e pela aeronave.

A intenção da família é abrir uma frente de busca terrestre enquanto as forças mantêm as buscas com aeronaves. Segundo Silvia, porém, o pai de Letícia ainda não encontrou quem pudesse realizar a incursão. A família também ainda não sabe quantos mateiros seriam necessários, nem quanto o serviço pode custar.