Com edital adiado, reforma do Minhocão segue sem prazo para começar

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de São Paulo não tem prazo definido para relançar um edital de R$ 60 milhões para reformar o elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão, que liga o centro à zona oeste paulistana.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) publicou um edital em setembro do ano passado para recuperar estruturas de concreto, tratar fissuras e resolver outros problemas do viaduto, ações que teriam prazo de 18 meses para a conclusão, mas suspendeu o documento dias depois para revisões.

Os problemas na estrutura do viaduto foram identificados em inspeção realizada pela SPObras (empresa pública municipal). Só o desenvolvimento do projeto de reforma custou R$ 1,1 milhão aos cofres da capital.

A retomada do processo, segundo a administração municipal, depende da conclusão de uma nova análise sobre os serviços essenciais que serão executados para garantir a segurança da estrutura do elevado, inaugurado em 1971, até que o seu destino seja decidido.

Isso porque a resposta para o que fazer com o Minhocão, com seus 2,5 km e sete acessos para veículos, tem sido objeto de debate frequente na cidade de São Paulo.

Em fevereiro de 2018, uma lei municipal criou o parque Minhocão e estabeleceu que a prefeitura deveria apresentar um projeto de intervenção urbana em 720 dias, mas o plano não avançou desde dezembro de 2021.

Em consulta pública realizada em 2019 sobre o futuro do elevado, 47% dos participantes se posicionaram a favor do desmonte da estrutura, 39% defenderam a manutenção de sua função original e 14% foram favoráveis à implantação de um parque.

De acordo com a prefeitura, 97 mil veículos circulam diariamente pelo viaduto, que passa por bairros como Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Buarque.

A Secretaria de Mobilidade e Trânsito estuda a possibilidade de se construir um túnel com traçado paralelo ao elevado, permitindo assim a sua desativação.

Desde que foi inaugurado, o Minhocão é alvo de polêmica. Em 1976, a estrutura passou a ser fechada de 0h à 5h, para diminuir os acidentes e incômodo à vizinhança. Hoje, a circulação de veículos é permitida entre 7h e 20h, de segunda a sexta-feira.