PM é chamada ao sindicato dos motoristas de SP para garantir posse de chapa eleita

Por PAULO EDUARDO DIAS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A sexta-feira (12) foi marcada por uma nova confusão na porta do SindMotoristas (sindicato dos motoristas e trabalhadores dos ônibus de São Paulo), na Liberdade, no centro de São Paulo, entre a chapa vencedora da eleição de novembro e integrantes da oposição.

A Polícia Militar foi chamada e precisou intervir para acalmar os ânimos.

Antes do pleito, membros de diversas chapas trocaram acusações e foram à Justiça pedir, por exemplo, votação por meio de urnas eletrônicas e até a suspensão da eleição. Houve ainda o fechamento de terminais e um ataque a tiros deixou um homem ferido.

Nesta sexta, a chapa vencedora, encabeçada por Edivaldo Santiago da Silva, que recebeu mais de 14 mil dos cerca de 20 mil votos possíveis, compareceu à sede do sindicato respaldada por uma decisão do TRT (Tribunal Regional Eleitoral) que extinguiu um mandando de segurança que mantinha no cargo um presidente interino.

Integrantes da oposição, coordenados por José Valdevan de Jesus Santos, o Valdevan Noventa -que se diz "presidente com cargo estendido"-, estavam no prédio. A polícia então passou a negociar para que não houvesse conflito entre os grupos e para que a turma de Noventa, que já foi presidente da categoria por diversos mandatos, deixasse o imóvel.

Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, os opositores invadiram o prédio na tentativa de impedir que os membros da chapa 4, a vencedora, assumissem seus postos.

Noventa negou qualquer tipo de confusão. À reportagem ele disse que seu grupo não havia deixado o prédio por não ter sido notificado por um oficial de Justiça e afirmou que a decisão do TRT ainda não foi publicada.

"A decisão não está publicada. E a polícia não poderia, sem essa publicação, usar da força a favor deles para adentrar no sindicato", afirmou.

Procurado, o TRT não se manifestou até a publicação deste texto.

Vídeos mostram a conversa entre os opositores e os PMs, que permaneceram por cerca de três horas em frente à sede do sindicato. "A gente obedeceu o pedido da polícia, nos retiramos", disse.