Polícia Civil inicia investigação de saque a loja por usuários da cracolândia em SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil abriu um procedimento para investigar o saque a uma loja especializada em artigos de segurança cometido por usuários de drogas da cracolândia na madrugada de sábado (27) na rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo.
Três homens foram detidos por guardas-civis na manhã do domingo (28) por suspeita de envolvimento no caso. Eles, que foram abordados na rua Vitória, na mesma região, portavam produtos, como fios e quatro equipamentos de vídeo, reconhecidos pelo representante do Portal das Câmeras, José Paulo Souza, 64.
Dois deles foram liberados e seguem sendo investigados. O terceiro permaneceu preso. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça da Bahia por um outro crime.
O saque resultou em um prejuízo de R$ 300 mil para Souza, que viu uma gama de produtos como câmeras, gravadores de vídeo, cabos e conectores serem levados, mexeu com o poder público, que tem como a cracolândia uma das frentes principais em época de eleição municipal.
Mesmo com todo o aparato já existente da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana na cracolândia, entre patrulhas a pé, de carro, moto, com cães e até montados a cavalo, o Executivo municipal e o estadual preveem incorporar mais agentes públicos nas ruas da região.
No domingo (28), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que planeja colocar mais 500 profissionais da guarda. Na mesma linha, o governador Tarcísio Freitas (Republicanos) anunciou nesta segunda-feira (29) que pretender ampliar o efetivo na rua com mais de 2.000 policiais militares até o fim deste ano.
No entanto, guardas que atuam na região contaram sob anonimato que não faltam agentes de segurança no entorno da cracolândia.
Para eles, os ataques são realizados por oportunistas, que se aproveitam de um momento em que uma equipe de guardas ou policiais se ausenta por minutos, por exemplo, quando há troca de turno entre eles ou no momento da limpeza da rua dos Protestantes, em que os usuários precisam deixar o local por cerca de uma hora para remoção do lixo e ficam mais dispersos.
De acordo com os relatos, os dependentes químicos se agrupam em determinados locais e quando veem uma chance, atacam.
A grande quantidade de policiais na rua Santa Ifigênia também foi notada pelo próprio comerciante vítima do furto dos equipamentos de segurança.
Conforme José Paulo Souza, 64, a presença de policiais militares e guardas-civis metropolitanos é visível durante todo o dia, com rondas e agentes públicos a pé. No entanto, é ao cair da noite e durante a madrugada que o efetivo se torna mais escasso e ocorrem os ataques.
Souza afirmou esperar o auxílio dos governos para que não só ele, mas outros comerciantes vítimas de bandidos no centro de São Paulo, recebam algum aporte financeiro, linhas de crédito em bancos públicos como Caixa e Banco do Brasil ou do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).