Região de Pinheiros tem blocos tradicionais e disputa por venda de ambulantes

Por LEONARDO ZVARICK

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Diferentes blocos carnavalescos ocuparam as ruas de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, neste sábado (10).

O bloco Bastardo, que completa dez anos em 2024, apresentou repertório de marchinhas tradicionais, como "Ô abre alas" e "Mamãe eu quero".

"Sempre dou preferência pra blocos com percussão e banda na rua, pra mim é o mais legal do carnaval", disse a bailarina Juliana Amorim, 36, que acompanhava o desfile pela primeira vez.

Embalado pelo som da fanfarra, o cortejo atravessou a rua Henrique Schaumann por volta das 15h. O trânsito de veículos teve que ser interrompido para dar passagem à multidão de foliões.

Depois de passar carnavais passados em megablocos com enormes trios elétricos, o engenheiro Jonatas Gonçalves, 31, optou pelo Bastardo por questão de segurança.

"Esses blocos maiores a gente sabe que são mais perigosos, que tem muitos furtos e golpes", disse ele, que aproveitava a festa com um amigo. "Até agora, acho que está bem tranquilo".

O casal Juliana Bernardini, 48, e Marcelo Ribeiro, 53, frequenta o bloco desde a sua fundação, e afirma que a festa nunca esteve tão grande.

"Está significativamente maior, mas também mais organizado", diz ela. "Continua tinindo, trincando", complementa o marido.

De ponta a ponta, o cortejo era acompanhado por incontáveis vendedores ambulantes. Para muitos, as expectativas de vendas acabaram frustradas.

"Tem ambulante demais, não estamos vendendo quase nada", conta a vendedora de bebidas Edna Souza, 39. "No ano passado tinha menos gente, mas estava melhor", diz ela, que ao final do desfile tinha faturado R$ 200.

Perto da estação Fradique Coutinho da linha quatro (amarela) do metrô, havia também muitos ambulantes irregulares, além dos credenciados pela prefeitura.