Ambulantes dizem que vendiam mais quando blocos saíam na avenida Rio Branco

Por MATHEUS DE MOURA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A paisagem é a mesma em cada bloco relevante do Rio de Janeiro: gente purpurinada, poças de líquidos misteriosos pelos cantos e lá no fundo, sempre está a banca de acessórios carnavalescos, preparada para abraçar foliões que decidiram se emperquetar de última hora.

Nos 33 anos desde Sônia Regina, 49, começou a trabalhar como camelô, sempre ocorreu a busca por adornos durante os blocos.

Hoje, antes de qualquer vestidinho rasgado, purpurina que só sai após três banhos e ombreira com as cores do arco íris, o que mais está vendendo é o leque, que sai por R$ 20 cada.

Entretanto, a ambulante, que começa trabalhando 4h20 e só para 22h, se queixa que o negócio já foi melhor.

"Quando o Carnaval era na [avenida] Rio Branco, a gente vendia muito mais", reclama.

Até 2015, os principais blocos de Carnaval ocorriam naquela que é justamente a principal avenida da capital fluminense. Todavia, após aquele ano, a dinâmica fora modificada em decorrência de obras que ocorriam no centro.

Os blocos, então, migraram para a avenida Primeiro de Março, que conecta os museus CCBB e MAM, passando pelo Tribunal de Justiça do Rio e outros prédios relevantes da cidade.

As obras na avenida Rio Branco passaram e o local nunca voltou a ser usufruído pelos foliões e os ambulantes que gravitam ao redor.