Governo suspeita que presos que fugiram de penitenciária ainda estão no RN e cerca divisas

Por RAQUEL LOPES E CONSTANÇA REZENDE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, disse que existem fortes indícios de que os dois detentos que escaparam da penitenciária federal de Mossoró permanecem nas proximidades da cidade.

A fuga, na quarta (14), foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde sua implantação, em 2006. A gestão dessas unidades é de responsabilidade do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, atualmente a cargo de Ricardo Lewandowski.

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Segundo as investigações, eles são ligados ao Comando Vermelho.

"As operações de busca ainda estão concentradas na região de Mossoró e áreas adjacentes. Realizamos sobrevoos utilizando as informações fornecidas pela inteligência, e, diante de cada informação recebida, implementamos diligências para tentar localizá-los. Há fortes indícios que estão no entorno de Mossoró", afirmou.

O secretário da gestão Fátima Bezerra (PT) explicou que a polícia foi alertada sobre um roubo de alimentos e roupas na região, mas, após uma análise mais detalhada, foi descartada a possibilidade de os dois fugitivos serem os responsáveis.

"Recebemos informações de que haviam invadido uma propriedade rural e roubado mantimentos e vestuário. Suspeitaram que poderiam ser os fugitivos. Mobilizamos aeronaves, viaturas e policiais a pé, mas não encontramos indícios de que essas pessoas corresponderiam às características descritas", disse.

Araújo ressaltou que, além da força-tarefa local encarregada das buscas e investigações, as polícias da Paraíba e do Ceará estão colaborando por fazerem divisa com o estado.

A principal suspeita até o momento é de que os dois presos tenham usado materiais de uma obra do pátio da penitenciária como instrumentos na ação, de acordo com pessoas com acesso à investigação.

Ainda não há informações se houve ajuda de agentes penitenciários, de outros funcionários ou pessoas de fora na fuga. As hipóteses estão sendo investigadas, mas já há consenso de que houve falha na inspeção.

Lewandowski determinou nesta quarta o afastamento imediato da atual direção da penitenciária em Mossoró e escalou um interventor para comandar a gestão da unidade.

O policial penal federal que assumirá o presídio já está na cidade, e o nome não foi divulgado pela pasta por questão de segurança. Ele embarcou para o local, na tarde desta quarta, com o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia.