Enel diz que energia retornou por completo, mas centro de SP ainda sofre com apagão
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Enel, distribuidora de energia na capital de São Paulo, afirmou na noite desta terça (19) que restabeleceu a energia de todos os clientes afetados pelo apagão no centro da cidade, que começou na manhã da segunda-feira (18).
Porém, moradores de ao menos duas vias na Santa Cecília --as ruas Martim Francisco e Fortunato-- afirmam que seguem sem luz. Procurada, a concessionária não respondeu a respeito das reclamações até a publicação desta reportagem.
A Enel calcula que o pico de clientes com queda de energia foi cerca de 38 mil. Pessoas impactadas pela falta de luz não tiveram como trabalhar e estudar. Comerciantes não conseguiram atender e até perderam mercadorias, como no caso de bares e restaurantes.
Além de mudar a rotina de moradores e comerciantes, gerou uma guerra de narrativas entre a Enel e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) sobre a responsabilidade pelo problema.
Por volta de meio-dia de segunda, a Enel afirmou que a interrupção do fornecimento de energia nos bairros de Higienópolis, Bela Vista, Cerqueira César, Santa Cecília e Vila Buarque se devia a uma ocorrência na rede subterrânea na região de Higienópolis.
O governo federal determinou que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) investigue o apagão e que puna a Enel.
No começo da noite de segunda-feira, a concessionária afirmou que o problema foi causado pela Sabesp, estatal paulista de saneamento, que, segundo a Enel, realizou uma escavação e atingiu acidentalmente cabos da rede subterrânea da distribuidora.
A Sabesp, por sua vez, garantiu que investigou e não encontrou indícios de que sua obra tenha danificado a fiação.
Nesta manhã, em nota, a Enel evitou culpar a Sabesp e afirmou que as duas companhias trabalham em parceria para analisar as causas da interrupção na região central de São Paulo e vão estreitar ainda mais a atuação em conjunto nas intervenções realizadas na área de concessão aprimorando seus protocolos.
A Sabesp reforçou que não foi a responsável pelo problema. "Quando tomou conhecimento do ocorrido, a Sabesp mobilizou imediatamente equipes, que não identificaram relação com o trabalho da companhia", ressaltou.