Militar é condenado por vazar informações sobre operação de combate ao tráfico em Formiga

Sentença de dez anos de reclusão foi decidida no dia 20 de maio.

Por Redação

Imagem ilustrativa de Justiça e Direito

O sargento da Polícia Militar, denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por vazar informações sigilosas sobre uma operação de combate ao tráfico de drogas, foi condenado a dez anos, quatro meses e 12 dias de reclusão, além de dois meses e 28 dias de detenção e o pagamento de 700 dias-multa, em Formiga. A sentença foi feita pela Justiça Militar, que validou a denúncia da 2ª Promotoria de Justiça do município.

Segundo o MPMG, o militar foi condenado pelos crimes de associação para o tráfico de entorpecentes, corrupção qualificada e descumprimento de missão. Para o promotor de Justiça Ângelo Ansanelli, o militar, ao descumprir sua missão, colocou em risco a vida de outros policiais.

Sobre o caso

Em fevereiro de 2023, a 2ª Promotoria de Justiça e a Polícia Militar realizaram a “Operação Tropa de Elite” para combater crimes de corrupção envolvendo o sargento. Em julho de 2022, foi constatado que houve vazamento de informações da Operação “Snowblind”, motivo pelo qual os alvos principais fugiram, não sendo possível realizar a apreensão de substâncias entorpecentes. Investigações revelaram que o sargento, usuário de crack, havia trocado informações sigilosas por 25g da droga, avaliada em R$ 1.300,00.

Histórico de vazamentos

A documentação levantada mostrou que o sargento já havia vazado informações de outra operação, “Alma à Venda”, em 2017, período em que ele adquiria drogas dos mesmos traficantes que alertou durante a “Operação Snowblind”. As provas reunidas na “Operação Tropa de Elite” levaram ao desarquivamento do inquérito de 2017, aprofundando as investigações contra o sargento.

Operação Dingo Bel

Em um caso relacionado, o MPMG obteve a condenação de cinco membros de uma organização criminosa por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, com penas variando de três anos e seis meses a 97 anos e seis meses de reclusão. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou, em 20 de maio deste ano, as sentenças da Vara Criminal de Formiga, reconhecendo os pedidos do Ministério Público.

Conforme o promotor Ângelo Ansanelli Júnior, “essa foi a maior condenação obtida em face das operações de combate ao narcotráfico realizadas na comarca”.