Dois médicos são condenados por homicídio de criança para retirada ilegal de órgãos em Minas Gerais
Condenados começam a cumprir pena após 24 anos do crime.
A Justiça determinou, na última terça-feira (17), a prisão de dois médicos condenados pelo homicídio de Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, ocorrido em 2000, em Poços de Caldas. O caso ficou conhecido como "Máfia dos Transplantes" e os médicos foram condenados em 2021 a 28 anos de prisão em Júri Popular, realizado em Belo Horizonte, mas aguardavam o trânsito em julgado em liberdade devido a uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com a confirmação da condenação pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e após a rejeição dos recursos, a prisão foi decretada, conforme o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Tema 1068, que autoriza a execução imediata da pena imposta pelo Tribunal do Júri.
Um terceiro réu, também condenado pelo homicídio, teve sua prisão convertida em domiciliar por decisão do STJ. Ele foi condenado a 21 anos e oito meses de reclusão por coordenar uma central clandestina de transplantes e forjar o diagnóstico de morte encefálica de Paulo Pavesi para a retirada ilegal de seus órgãos.
O caso Pavesi
No dia 19 de abril de 2000, Paulo Veronesi Pavesi sofreu uma queda no playground do prédio onde morava e foi levado ao pronto-socorro do Hospital Pedro Sanches, em Poços de Caldas. Posteriormente, o menino foi transferido para a Santa Casa da cidade, onde seus órgãos foram retirados sob um diagnóstico falso de morte encefálica. Conforme as investigações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os médicos agiram deliberadamente para acelerar a morte de Paulo, visando utilizar seus órgãos em outros pacientes.