No DR com Demori, economista Juliane Furno analisa desafios globais
A política monetária dos Estados Unidos, as tensões comerciais internacionais e a situação econômica do Brasil são temas da entrevista do jornalista Leandro Demori desta terça-feira (18) com a economista e escritora Juliane Furno. Conhecida por falar sobre economia de uma maneira que todos compreendem, a entrevistada ressaltou a necessidade de diversificação do debate sobre os rumos econômicos, para que seja democrático e plural.
“Hoje a gente tem uma hegemonia das ideias liberais, na medida em que há uma hegemonia das ideias liberais, neoliberais, é como se esses teóricos fossem empobrecendo, porque eles não precisam lograr muita capacidade argumentativa, eles não têm interlocutor, então eles podem falar a maior bobagem na televisão e não precisam refinar o seu discurso”, critica.
Segundo a economista, há um questionamento global do imperialismo norte americano, impulsionado pelo fortalecimento de países como China, Rússia, Indonésia e Índia. Ela explica como historicamente os Estados Unidos reagiram a essas ameaças, a exemplo do que ocorreu em na década de 1970, quando aumentaram drasticamente a taxa de juros para reafirmar o dólar como moeda dominante.
Juliane Furno destaca que, atualmente, os Estados Unidos enfrentam desafios em três frentes: monetária, com transações internacionais ocorrendo fora do dólar; tecnológica, com a ascensão da China; e militar, com os desdobramentos da guerra na Ucrânia. No entanto, em vez de adotar uma postura defensiva, o governo norte-americano, especialmente sob o comando de Donald Trump, busca ampliar sua influência global e intensifica disputas comerciais.
“Os Estados Unidos, quando está acuado, ao invés de atuar na retranca, ficar na defesa, ficar na zaga, ele vai lá atuar no ataque. E é isso que o Trump tem feito”, observa.