Rep?rter: S?lvia Zoche
Edi??o: Ludmila Gusman
Designer: L?via Mattos
agosto/2005
Lembrar de um pai que j? se foi, ent?o, n?o ? f?cil, mas ? muito bom poder contar os momentos vividos ao lado dele - mesmo que tenham sido poucos. Um amigo importante e verdadeiro, porque ama, chama a aten??o, mostra as possibilidades do mundo...
Falar de um pai ? fortalecer sua imagem para si mesmo e para quem escuta. Pai de sangue ou de cria??o, o que importa ? o amor que doou sem pedir nada em troca. Neste especial, a ACESSA.com resolveu homenagear os pais ausentes. Est?o ausentes fisicamente, mas vivo no cora??o de cada filho.
"Toda vez que tem jogo de futebol eu lembro dele, principalmente,
quando ? nosso time que est? jogando. N?s dois ?ramos muito amigos! Enquanto
ele bebia a cervejinha gelada eu bebia meu refrigerante... Meu companheiro de
todos os bons e maus momentos do nosso time. Vibr?vamos pelo gol. Sa?amos
em passeata pela pra?a com m?sica alta. Era muito bom". O "amig?o", "companheiro" e "her?i" s?o alguns dos adjetivos usados por
Tofinho para falar do pai. "Papai, apesar de baixinho foi meu ?nico maior her?i", diz emocionado. Ele lembra que o pai era muito sabido e n?o adiantava mentir que descobria tudo. "Ele sabia tudo, porque ele era professor
respeitado e amigo de todos os alunos. N?o podia falar mentira pra ele que
ele descobria". Uma das coisas que Tofinho aprendeu com seu pai foi ser respons?vel,
cumprir hor?rio e ajudar as pessoas, sem interesses. Ele diz que deseja ser bom
e ?til para todos, assim como seu pai sempre foi. A curti??o entre os dois n?o era somente no futebol, n?o. Ele conta que
quando era pequeno, al?m
de jogarem bola, passeavam muito, ?am a festas, pescavam juntos, tomavam
banho de rio e, claro, como todo bom garoto, algumas vezes, n?o escutava o
pai. "Um dia, quando eu corri, sem tomar cuidado, atr?s de uma pipa, rasguei meu joelho na cerca de arame farpado. Que dor! Meu pai sempre
tinha raz?o...".
Agora, aos 27 anos, Juliene conta que perdeu seu pai aos nove anos e deixou a
lembran?a de seriedade e responsabilidade. "Meu pai sempre foi muito
trabalhador, incentivador. Lembro que me dava muito apoio nos estudos, e
sempre falava que, quando aprendemos e ajudamos as pessoas, nos tornamos
pessoas especiais, por isso meu pai sempre foi uma pessoa especial".
A lembran?a do pai Celso ? ainda maior quando Juliene est? estudando. Dos
v?rios ensinamentos que ele transmitiu, a que Juliene vai colocar em pr?tica por toda sua vida ? a honestidade.
Ela lembra de seu pai contando as hist?rias da inf?ncia na ro?a, ?rf?o de
pai e trabalhando desde os cinco anos de idade. "Ele me ensinou a nunca
desistir". Mara se lembra muito do pai quando come algo que sente vontade.
"Ele dizia que isto era um prazer da vida".
A filha se acha parecida com o pai tanto fiscamente quanto em personalidade e
gostaria muito de ser perseverante como ele. Apesar de s?rio, Mara conta que Virgilino tinha tempo para ensin?-la a andar
de bicicleta, contar hist?rias... "Na minha inf?ncia, reun?amos - meus
irm?os e eu - ao redor dele, na cozinha, pr?ximo ao fog?o ? lenha. Ele
contava as hist?rias e eu adormecia em seu colo", diz.
Outro momento marcante eram os estudos. "Ele dizia 'O saber n?o ocupa
lugar'".
Fa?a uma homenagem para seu pai que j? se foi. N?s publicaremos
aqui! ? s? mandar um email para
redacao@acessa.com
Amor eterno da filha
Trinta anos s?o passados desde que voc? se foi; me lembro do nosso ?ltimo encontro
naquela manh? fria de junho. ? mesa do caf?, voc? esperava a minha chegada.
Eu, ap?s uma noite tumultuada de sonhos estranhos, sonhos que me mostravam
uma realidade ainda n?o vivida e que me confundiam ao amanhecer. Oito e
trinta da manh? do dia 23 de junho de 1975, levantei-me, lavei o rosto e me
dirigi ? sala para mais um caf? da manh?; estranhei sua presen?a a esta
hora. J? deveria voc? ter se dirigido ao escrit?rio, no entanto, disse para
mim: "estou te esperando". Sentei-me ? mesa, servi meu caf?, voc? me olhou,
colocou a m?o no peito, o olhar nos meus olhos... e se foi! Desde ent?o, sua
aus?ncia se faz presente todos os dias! Desde ent?o, sem seus conselhos e
repremendas, minha vida vai na corda bamba. Conceitos em mim fundados por
voc? ainda sobrevivem; que seria de mim sem eles? Sei que sua aus?ncia f?sica ?
suprida pela sua presen?a espiritual e ? s? esta certeza que me mant?m viva
e sonhadora, como h? trinta anos. ? com a certeza da sua exist?ncia espiritual
que lhe desejo agora um FELIZ DIA DOS PAIS.
Elidia