Persuasão (Persuasion), de Carrie Cracknell (2022)
Crítica da adaptação de Jane Austen na Netflix
A recente produção da Netflix, "Persuasão", inspirada em um dos livros de Jane Austen, ocupou-se em ser diferente daquela de 2007, dirigida por Adrian Shergold, e também da película baseada num dos maiores clássicos da literatura inglesa, "Orgulho e Preconceito", de 2005, que teve direção de Joe Wright.
Enquanto que "Orgulho e Preconceito" esmerou-se pela delicadeza e pela doçura, "Persuasão" preocupou-se em ser uma obra mais popular e acessível, tentando até mesmo ser cômica em diversos momentos.
"Orgulho e Preconceito" contou com a participação de grandes nomes do cinema mundial, como Keira Knightley e Rosamund Pike. Já "Persuasão" fica muito por conta de Dakota Johnson, conhecida no Brasil pela trilogia "Cinquenta Tons de Cinza". É inegável o talento da atriz e seu enorme carisma. O grande problema é que o filme explorou pouquíssimo seu potencial, chegando até mesmo a parecer, em alguns momentos, que ela estava improvisando. Além disso, houve muito investimento em falar diretamente com a câmera, algo que funcionou muito bem em trabalhos como a série inglesa "Fleabag", mas que no longa se excedeu e ficou cansativo.
A história começa fofa, e a gente até ganha uma simpatia pela protagonista, Anne. Só que a forma como foi colocada sua resignação aos acontecimentos de sua vida tornou o filme tão entediante, que foi um esforço assistir até acabar.
Além disso, por mais carisma que Dakota tenha, ele não conseguiu equilibrar a total falta de sal do ator principal, cujas feições faziam parecer que ele era um bobão, ao invés de um homem feito, que ocupava uma alta patente na carreira militar.
Eu não acho que as obras cinematográficas tenham que ser seríssimas.
Não mesmo!
Mas, realmente, faltou um pouquinho de dedicação nessa adaptação de Jane Austen.
Uma pena.