Lu Alckmin interrompe subitamente resposta sobre troca de partido do marido Geraldo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Durante uma entrevista na quinta-feira (1º) para rádio de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, Lu Alckmin evitou responder uma pergunta sobre as decisões de Geraldo Alckmin de trocar o PSDB pelo PSB e de desistir de disputar o Governo de São Paulo mais uma vez e se tornar vice de Lula (PT) nas eleições presidenciais.
Ao ouvir a pergunta, ela começou a responder dizendo "acho que mesmo o partido", mas então interrompeu subitamente a fala e sorriu, em aparente constrangimento. O ex-governador passou 33 anos como tucano e deixou a sigla após articulação para que Rodrigo Garcia fosse o candidato do PSDB ao Governo de São Paulo.
Os entrevistadores então reformularam a pergunta e disseram que queriam saber apenas do que ele tinha conversado com ela em casa a respeito do tema. Ela disse então que, quando o marido a consultou, ela respondeu que estaria ao lado dele.
"Ele falou no sonho dele. Eu concordei porque sempre estive ao lado dele. Quando ele me falou, eu falei 'vamos, Geraldo'. Eu sempre estive ao lado dele. Eu falei 'pode contar comigo'", afirmou.
A assessoria de imprensa de Lu Alckmin afirma que não houve constrangimento e que ela já havia respondido a pergunta.
Como mostrou a coluna Painel da Folha de S.Paulo, ela tem concedido entrevistas para rádios de São Paulo para ajudar a reforçar a candidatura presidencial de Lula e do ex-governador. Ela já falou com emissoras de Guaratinguetá (duas vezes), Assis e capital (duas vezes), e tem outras no Vale do Paraíba na agenda.
Um dos papéis dela e de Alckmin é o de diminuir a rejeição ao PT no interior de São Paulo. Nas entrevistas, ela diz que tem conversado com Janja, esposa de Lula, sobre projetos sociais a realizar em caso de vitória, critica o avanço da fome e o discurso de ódio e diz que esta é a campanha mais importante da vida do marido.
"O Geraldo foi governador por quatro vezes. Ele tem experiência, está preparado. E junto com o presidente Lula. Ninguém pode dizer que as pessoas passavam fome na época do Lula. As pessoas tinham uma vida diferente. O presidente Lula tem dito até que as pessoas nos finais de semana tomavam uma cervejinha, comiam um churrasquinho. Quem não quer? Hoje as pessoas estão cozinhando osso com caldo para comer. Não tem dinheiro para comprar carne", disse ela à rádio Máxima, de Guaratinguetá.
Sobre a união de dois ex-adversários para a disputa presidencial, Lula e Alckmin, ela disse se tratar do "entusiasmo para unir por um bem maior e pensando no futuro".