Veja quem são os oito ex-presidenciáveis que apoiam Lula no 1º turno
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em mais um passo em busca da vitória no primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta segunda-feira (19) oito ex-presidenciáveis.
O encontro foi encarado como uma tentativa de demonstrar amplitude da candidatura. "Não é um compromisso com o Lula. O que vocês estão fazendo é assumir um compromisso de que este país vai voltar a funcionar democraticamente", afirmou o petista na reunião.
À mesa, três ex-petistas que se afastaram do PT em meio a críticas à gestão de Lula.
Dois ex-petistas que concorreram à Presidência -Eduardo Jorge e Heloísa Helena- não participaram do evento. Ela vota em Ciro Gomes (PDT) e ele declara voto em Simone Tebet (MDB).
Presente no encontro desta segunda, Cristovam Buarque diz ter se prontificado a convidar Heloísa Helena, sendo desencorajado.
Além de Cristovam, participaram o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Henrique Meirelles (União Brasil), a ex-ministra Marina Silva (Rede), o líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) e o ex-deputado João Goulart Filho.
Veja quem são os oito ex-presidenciáveis que apoiam Lula no 1º turno:
GERALDO ALCKMIN (PSB)
Foi governador de São Paulo de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018. Travou dura disputa contra Lula em 2006, quando chegou ao segundo turno da corrida presidencial. Derrotado duas vezes em disputas pela prefeitura de São Paulo, voltou a concorrer ao Palácio do Planalto em 2018, quando nem chegou ao segundo turno. Filiou-se ao PSB neste ano, após ter sido definida sua escolha para vice de Lula.
FERNANDO HADDAD (PT)
Candidato do PT ao Governo de São Paulo, Haddad é professor e advogado. Foi prefeito da cidade de São Paulo de 2013 a 2016 e ministro da Educação de 2005 a 2012. Haddad disputou a Presidência em 2018, após prisão de Lula, então candidato, e perdeu para Jair Bolsonaro, alcançando 44,87% dos votos no segundo turno.
HENRIQUE MEIRELLES (União Brasil)
Presidente do Banco Central de 2003 a 2011, durante todo o governo Lula; foi ministro da Fazenda durante o governo Michel Temer entre 2016 e 2018. Foi candidato à Presidência em 2018, pelo MDB. A convite de João Doria, assumiu a Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo em 2019. Para este ano, chegou a ser cogitado para vice da chapa do governador Rodrigo Garcia (PSDB), articulação que não vingou com a saída do União Brasil da aliança. Em agosto, aceitou o convite da Binance, a maior corretora mundial de criptomoedas, para ocupar um lugar no conselho consultivo global da companhia
MARINA SILVA (Rede)
Marina é historiadora, ambientalista e política filiada ao partido Rede Sustentabilidade. Foi deputada estadual, ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008, no governo Lula, e senadora pelo Acre. Marina deixou o PT, partido ao qual foi filiada durante 30 anos, em 2009, após divergências. A ex-ministra tinha mágoas do PT em razão do pleito de 2014, quando se candidatou à Presidência e foi fortemente atacada pela campanha de Dilma Rousseff (PT). À época, ela chegou a afirmar que nunca pensou que o PT tentaria destruí-la. A ex-ministra disputou a presidência nas eleições de 2010, 2014 e 2018. Em 2018, Em 2018, teve 1% dos votos válidos no primeiro turno, ficando em oitavo lugar. Atualmente é candidata a deputada federal da Rede por São Paulo.
CRISTOVAM BUARQUE (Cidadania)
Ex-governador do Distrito Federal e ex-senador foi, por um ano, ministro da Educação do primeiro governo Lula. Em janeiro de 2004, foi demitido por telefone. Cristovam, que estava em Lisboa no momento da exoneração, hoje brinca dizendo que foi por telefone porque à época não existia WhatsApp. Desde o ano passado, ele defende o voto em Lula, com quem diz nunca ter conversado sobre as circunstâncias de sua saída. Cristovam deixou o PT em 2005. Em 2006 disputou a Presidência pelo PDT, partido ao qual foi filiado até 2016. Atualmente diz lamentar que o PDT esteja se perdendo.
GUILHERME BOULOS (PSOL)
Líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), concorreu à Presidência em 2018. Chegou ao segundo turno das eleições municipais em 2020 em São Paulo, tirando o PT do páreo. Em 2022, abriu mão de concorrer ao Governo de São Paulo em favor de Fernando Haddad. Pelo acerto, deverá contar com apoio do PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024.
LUCIANA GENRO (PSOL)
Deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, foi expulsa do PT em dezembro de 2003, após votar contra a proposta de reforma da previdência encaminhada pelo governo Lula. Então chamada da ala radical petista, se opôs, por exemplo, à escolha de Henrique Meirelles para o Banco Central. Foi uma das fundadoras do PSOL e concorreu à Presidência em 2014.
JOÃO GOULART FILHO (PC do B)
É formado em filosofia pela PUC do Rio Grande do Sul. Viveu 15 anos no exílio, a partir da infância, devido ao golpe que tirou da Presidência seu pai, João Goulart, em 1964. Nos anos 1980, foi deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PDT, partido do qual se desligou em 2017. Ele foi candidato à Presidência em 2018.