Renúncia de candidata do PP esquenta briga entre Ana Amélia e Mourão ao Senado no RS

Por CAUE FONSECA

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A já acirrada disputa pela vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul ganhou um novo elemento nesta quinta-feira (29), com a renúncia de Comandante Nádia (PP) em apoio a Hamilton Mourão (Republicanos).

Conforme a última pesquisa Ipec, do dia 26, o líder nas intenções de voto é Olívio Dutra (PT), com 30%. Para ultrapassá-lo, tanto Ana Amélia (PSD) quanto Mourão se apresentam como a única candidatura capaz de superar o petista. Um tenta desesperadamente desidratar a candidatura do outro para unificar o voto de direita.

Tecnicamente empatados, Ana Amélia é a segunda colocada, com 24%, seguida de Mourão, com 21%. Nádia tinha 3% das intenções de voto antes da renúncia.

Nádia nega o rumor de que o Republicanos, partido de Mourão, tenha se oferecido para paga suas dívidas de campanha, o que seria ilegal conforme a Justiça Eleitoral e poderia levar à impugnação da candidatura de Mourão. A campanha de Nadia, conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), soma R$ 3,7 milhões em despesas, mais do que os R$ 3,5 milhões recebidos da direção do partido. Para fechar o balanço no azul, a candidatura recebeu doação de R$ 200 mil no dia 16 de uma candidata a deputado federal do PP.

"Isso é coisa de quem quer diminuir meu ato de grandeza em prol do Rio Grande do Sul. Essa fala venenosa tem nome e sobrenome de outra candidata [referindo-se a Ana Amélia]", diz Nádia.

Ana Amélia criticou a decisão de Nádia. Na visão dela, Nádia foi beneficiada pela cota do fundo partidário destinado a mulheres para a eleição de um homem. Ana Amélia, que foi senadora pelo PP, publicou um vídeo em suas redes sociais fazendo um aceno aos ex-colegas de partido, a quem chama de "amigos progressistas", pedindo união.

Nesta quinta-feira (29), Mourão divulgou em suas redes sociais uma fala de Ana Amélia de 2012, em que a então senadora diz que votaria em Manuela D'Ávila (PCdoB) para prefeita de Porto Alegre.

Olívio lançou candidatura apostando em um mandato coletivo, se alternando no cargo ao longo do mandato com os suplentes Roberto Robaina (PSOL) e Fátima Maria (PT). A ideia, porém, foi escondida ao longo da campanha. Os adversários de direita vêm ressaltando que votar no ex-governador beneficia também o PSOL.