Lula e Bolsonaro votam; petista enaltece democracia, e presidente fala em Deus

Por ITALO NOGUEIRA E VICTORIA AZEVEDO

RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os finalistas da eleição presidencial deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), votaram em suas zonas eleitorais em São Bernardo do Campo e no Rio de Janeiro, respectivamente.

O petista enalteceu a democracia, dizendo que o povo brasileiro votará em um projeto que fortaleça o regime, enquanto o candidato à reeleição afirmou que, se Deus quiser, o Brasil será vitorioso.

Sem a companhia de parlamentares e da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse estar confiante na vitória. Ele chegou nos primeiros minutos após a abertura das seções eleitorais e cumprimentou eleitores antes de votar.

Na saída, deu uma rápida declaração à imprensa: "Tivemos boas notícias nos últimos dias. Se Deus quiser, seremos vitoriosos hoje a tarde. Ou melhor, o Brasil será vitorioso."

Na votação do primeiro turno, Bolsonaro não respondeu se reconheceria o resultado da eleição após sucessivos questionamentos.

Na última sexta-feira (28), após debate com o adversário na TV Globo, o presidente indicou que aceitará o resultado. "Quem tiver mais voto leva", disse à apresentadora Renata Lo Prete, no Jornal da Globo.

Já Lula votou às 9h25 deste domingo (30) em uma escola em São Bernardo do Campo, berço político do petista na Grande São Paulo, e afirmou que hoje é o dia "mais importante" de sua vida.

"Acho que é um dia muito importante para o povo brasileiro, porque hoje o povo está definindo o modelo de Brasil que ele deseja. O povo está definindo hoje um modelo de vida que ele quer."

"Por isso é o dia mais importante da minha vida, porque eu me coloquei candidato nesse dia e estou convencido que o povo brasileiro vai votar num projeto que a democracia seja vencedora", afirmou o petista à imprensa depois de votar.

De camisa branca e acompanhado de aliados, Lula disse que o país andou para trás.

"Esse país já tinha quase chegado lá e, lamentavelmente, ele andou para trás. E nós precisamos fazer ele andar para frente outra vez, mas andar para frente não apenas uma parte da sociedade, mas toda a sociedade junto", continuou o petista.

Lula estava acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), de sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, da ex-senadora Marina Silva (Rede-SP), do deputado federal André Janones, do deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), do ex-ministro Aloizio Mercadante e do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad.

Dentro da escola, Lula foi recebido por apoiadores com gritos de "olê, olê, olá, Lula, Lula".

Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (29) mostrou Lula com 52% dos votos válidos ante 48% de Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições, sinalizando um pleito acirrado.

Reportagem da Folha mostrou que a disputa com os líderes que também são campeões em rejeição chegou a um pico de ataques no segundo turno entre Bolsonaro e Lula. Transparecia que o único objeto dos postulantes ao cargo mais importante do país era tirar votos do adversário.